O Reino Unido enfrenta as piores semanas da pandemia de Covid-19, disse seu especialista médico nesta segunda-feira, com o serviço de saúde em um "período perigoso", em meio a níveis recordes de casos e mortes, enquanto um programa de vacinação em massa ganha impulso.
As mortes pelo vírus já ultrapassam 81.000 no Reino Unido --o quinto maior número de mortes do mundo-- com mais de 3 milhões de pessoas com teste positivo. Uma nova variante da doença, mais transmissível, está se espalhando, com uma em cada 20 pessoas infectadas em partes de Londres.
Em uma tentativa de superar a pandemia e tentar restaurar algum grau de normalidade até a primavera (março a junho no hemisfério norte), o Reino Unido está intensificando seu maior programa de vacinação da história, com doses sendo oferecidas para todos nas quatro categorias prioritárias --cerca de 15 milhões de pessoas-- até meados do próximo mês.
Mas o principal conselheiro médico do governo, Chris Whitty, advertiu que a situação vai se deteriorar nesse meio tempo.
"As próximas semanas serão as piores desta pandemia em termos de números no NHS (Serviço Nacional de Saúde)", disse ele.
"Qualquer pessoa que não esteja chocada com o número de pessoas hospitalizadas que estão gravemente doentes no momento e que estão morrendo durante o curso desta pandemia, eu acho, não entendeu nada. É uma situação terrível", afirmou ele à BBC TV.
Durante o pico do primeiro surto em abril, cerca de 18.000 pessoas estavam no hospital, mas agora são 30.000, disse Whitty, acrescentando que o serviço de saúde enfrenta "uma crise significativa".
"Todo mundo diz que este é o momento mais perigoso que realmente tivemos em termos de números no NHS", declarou.
Na sexta-feira, o prefeito de Londres disse que os hospitais da capital britânica corriam o risco de ficar sobrecarregados com pacientes de Covid, e ministros e chefes de saúde pediram às pessoas que respeitem as medidas do lockdown e fiquem em casa, a menos que seja essencial sair.
O governo está apostando em um programa de vacinação em massa para oferecer uma saída para a pandemia nos próximos meses.
O Reino Unido foi o primeiro país a aprovar vacinas desenvolvidas pela Oxford-AstraZeneca e pela Pfizer/BioNTech,, e na sexta-feira aprovou a injeção da Moderna. O objetivo é oferecer doses a 15 milhões de pessoas até meados do próximo mês.
Para atingir essa meta, que exigirá a administração de 2 milhões de vacinas por semana, o governo está abrindo sete grandes centros de vacinação, enquanto outros consultórios médicos, hospitais e algumas farmácias também começarão a aplicar vacinas.
"As vacinações estão realmente começando a aumentar, 200.000 por dia, fizemos um trabalho incrível na semana passada", disse Nadhim Zahawi, o ministro responsável pelo programa de vacinação, à Sky News.
FONTE: REUTERS
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