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MUNDIAL: ONGs acusam presidente do Haiti de criar 'clima de terror' no país




Organizações afirmam que Jovenel Moise encenou um golpe de Estado e um plano contra sua vida para permanecer no poder

Duas organizações não governamentais defensoras dos direitos humanos presentes no Haiti, país que vive uma grave crise política e econômica há mais de dois anos, acusaram nesta terça-feira o presidente do país, Jovenel Moise, de acusar falsamente a oposição de realizar um golpe de Estado, a fim de criar "um clima de terror".


A Rede Nacional de Defesa dos Direitos Humanos (RNDDH) e a Fundação Je Klere negaram a existência de uma conspiração contra a segurança do Estado e contra a vida de Moise e pediram a libertação das cerca de 20 pessoas detidas desde o último sábado.


A ativista Marie Rosy Kesner Auguste, uma das lideranças da RNDDH, declarou à Agência Efe que o governo está impondo um estado de sítio desde sábado, quando começaram as prisões dos opositores.


"As autoridades no cargo estabeleceram um estado de sítio no país. E no estado de sítio, um dos objetivos é criar um clima de terror", destacou Kesner Auguste.


Suposto golpe

Moise denunciou no domingo uma série de prisões de pessoas envolvidas na preparação de um suposto golpe, incluindo um juiz do Tribunal de Cassação, precisamente no dia em que a oposição considera que o mandato do chefe de Estado, no poder desde 7 de fevereiro de 2017, expirou.

Kesner Auguste rebateu o governo e garantiu que os detidos não portavam armas ilegais, estavam em uma residência particular e não estavam envolvidos em qualquer atividade subversiva. "Portanto, são prisioneiros políticos", denunciou.


A organização reprovou a prisão do juiz da oposição, advertiu que há mandados de prisão circulando, e convocou a população a se mobilizar e denunciar possíveis abusos.


Em um relatório sobre as detenções do último fim de semana, a Fundação Je Klere questionou a real motivação do Poder Executivo para realizá-las.


"É evidente que não pode haver nenhuma conspiração contra a segurança interna do Estado. Não há ameaça de uso de força perigosa para a segurança do Estado", reiterou a ONG em relatório.


"As autoridades aproveitaram a situação confusa no domingo para abafar qualquer tentativa dos ativistas políticos de se mobilizar para exercer seu direito de manifestação nas ruas contra o regime em vigor no dia 7 de fevereiro. O governo está, assim, usando um estratagema para pisar sobre o direito de manifestação dos cidadãos", completa o documento.


Os partidos da oposição anunciaram nesta segunda-feira a nomeação do juiz Joseph Mécène Jean Louis como presidente interino do Haiti, para liderar a transição, já que não reconhecem mais a autoridade de Moise, que, no entanto, anunciou imediatamente a exoneração desse e de dois outros magistrados da oposição.


A disputa, baseada em diferentes interpretações da Constituição, causou a maior crise política na nação da América Central em mais de uma década.


FONTE: EFE

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