Ministério da Saúde aumenta para 100 milhões de unidades a demanda por CoronaVac
Diante da pressão da sociedade civil e de governadores para lançar a campanha de imunização nacional o quanto antes, o governo anunciou estar empenhado em acelerar o processo de vacinação no país. Ontem, o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, fez uma nova previsão para começar a vacinar os primeiros grupos prioritários. Ele antecipou a estimativa para “o final de janeiro, na melhor hipótese”. No mesmo esforço para acelerar o processo de imunização, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) estima disponibilizar a primeira remessa da vacina, em parceria com a AstraZeneca, em 8 de fevereiro.
“Estamos nos preparando para iniciar 2021 com a vacina, se Deus quiser, assim que registrada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). […] A previsão nossa, como sempre, é final de janeiro, na melhor hipótese, e indo até meio e final de fevereiro, em uma pior hipótese”, declarou Pazuello, durante breve discurso na última audiência do ano da Comissão Externa de Enfrentamento à covid-19, na Câmara dos Deputados.
Até então, Pazuello só havia revelado a data mais otimista em reuniões reservadas com gestores da Saúde da pasta, de estados e municípios. No entanto, em notas oficiais, o Ministério da Saúde sempre manteve uma previsão conservadora.
Mais CoronaVac
Após forte embate político entre Doria e o presidente Jair Bolsonaro, o governo federal finalmente avançou nas negociações com o Instituto Butantan, desenvolvedor da CoronaVac, em conjunto com a chinesa Sinovac. Há, inclusive, a expectativa de ampliação da oferta de 46 para 100 milhões de doses da candidata para o primeiro semestre de 2021.
O secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, afirmou, ontem, que o ministério teve uma reunião com o Butantan para expandir a compra da CoronaVac. Ao invés de 46 milhões de doses, a pasta pretende adquirir 100 milhões até o final do primeiro semestre.
A princípio, o contrato que está sendo fechado com o Butantan prevê a entrega de 46 milhões de doses da CoronaVac, sendo nove milhões em janeiro, 15 milhões em fevereiro e 22 milhões em março. “Teríamos esse cronograma de entrega proposto pelo Butantan, mas, ontem (segunda-feira), tivemos uma reunião para expandirmos essa compra para 100 milhões até o final do primeiro semestre. O contrato está na fase final de acerto”, informou Medeiros.
Milhão de doses
Já com acordo de transferência tecnológica com a Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca, a unidade produtora de imunobiológicos Bio-Manguinhos, da Fiocruz, planeja entregar ao Programa Nacional de Imunização (PNI) o primeiro um milhão de doses da produção nacional entre 8 e 12 de fevereiro. Também na reunião da comissão da Câmara, a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, informou aos parlamentares que o ritmo de entrega das produções próprias será acelerado a partir da terceira semana, com repasse de 700 mil doses diárias.
“Estaremos recebendo ingrediente farmacêutico ativo para esta vacina para o início da produção no mês de janeiro. Esta produção terá que ser certificada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). […] As duas primeiras semanas sempre são de ajuste. Depois, serão 3,5 milhões de doses por semana. Isso faz parte do esforço que estamos fazendo para garantir vacinas, no plural, para nossa população”, disse Nísia Trindade.
Outra variável considerada pela Fiocruz é o pedido de uso emergencial da vacina, o que pode antecipar o cronograma de entrega. “O esforço é para, se possível, quando sair o registro em uma agência regulatória com equivalência à Anvisa, solicitar autorização de uso emergencial com o prazo de 10 dias. Então também estaremos trabalhando com essa possibilidade”, completou a presidente.
O governo federal espera incorporar 100,4 milhões de doses da vacina de Oxford no primeiro semestre de 2021. Há, ainda, a previsão de 42,5 milhões de doses fornecidas pelo mecanismo multilateral Covax Facility, outras 70 milhões pela Pfizer, além de tratativas com a CoronaVac e com as farmacêuticas Bharat Biotech, Moderna, Gamaleya e Janssen.
FONTE: CORREIO BRAZILIENSE
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