Investigação apontou que grupo desviava valores de operadora para empresas de familiares e amigos. Crimes teriam ocorrido entre 2013 e 2018.
A Polícia Civil deflagrou, nesta quarta-feira (20), operação para coibir fraudes contra planos de saúde praticadas no Distrito Federal e em outras três unidades da federação (veja lista abaixo). A suspeita é de que o esquema tenha movimentado cerca de R$ 70 milhões. Ao todo, os policiais cumpriram 15 mandados de busca e apreensão em: Águas Claras (DF) Setor de Indústrias e Abastecimento (DF) Gama (DF) Guará (DF) Riacho Fundo (DF) Luziânia (GO) Rio Verde (GO) Cáceres (MT) Mirassol D´Oeste (MT) Porto Velho (RO) De acordo com a Coordenação de Repressão a Crimes contra o Consumidor, Propriedade Imaterial e Fraudes (Corf), o grupo praticava crimes como falsidade ideológica, falsificação de documentos, apropriação indébita, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Gestores de uma operadora de plano de saúde e cinco empresas privadas estariam envolvidas no esquema.
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) – órgão responsável por fiscalizar planos de saúde – identificou a prática criminosa e acionou os investigadores. De acordo com a Polícia Civil, entre 2013 e 2018, diretores, contadores e funcionários de uma operadora do benefício desviaram valores milionários de contas bancárias de planos de saúde.
As quantias eram repassadas a empresas vinculadas a amigos e familiares dos dirigentes. As transações, segundo a polícia, eram feitas sem contratos formais e sem emissão de notas fiscais, "que dessem suporte às transações, que justificassem eventuais serviços prestados ou produtos adquiridos".
A operadora investigada atua no Centro-Oeste e em Tocantins. Ao todo, há 55 mil associados. Movimentação Os investigadores analisaram 380 mil movimentações bancárias e fiscais da operadora de plano de saúde, de empresas e pessoas envolvidas. Segundo a Polícia Civil, houve divergência na documentação contábil dos envolvidos, além de transações incompatíveis com o faturamento.
Nesse período, a investigação apontou transações financeiras de quase R$ 3 milhões feitas para microempresas destinadas a prestação de serviços de chaveiro. Além disso, os suspeitos ainda teriam feito trâmites financeiros com empresas do ramo agropecuário e da cana de açúcar, sem qualquer vínculo com a atividade desenvolvida pelo plano de saúde.
Operação Loki A corporação informou que 150 policiais participaram da ação, que contou com apoio das polícias civis de Goiás, Mato Grosso e Rondônia. A operação foi batizada de "Loki" o pai da mentira na mitologia nórdica. Penas para os crimes praticados: Falsidade ideológica: prisão de um a cinco anos Falsificação de documentos: reclusão de um a cinco anos Apropriação indébita: reclusão de um a quatro anos Lavagem de dinheiro: reclusão de três dez anos Organização criminosa: reclusão de três a oito anos
FONTE: G1.COM
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