Foi preciso bloquear acesso redes do Ministério da Saúde para garantir a segurança dos dados
O Ministério da Saúde encontrou indícios de que foi alvo de uma tentativa de ataques cibernéticos e precisou bloquear o acesso às suas redes para garantir a segurança dos dados, o que impactou nos registros de casos e mortes de covid-19 no país, afirmou nesta sexta-feira o secretário-executivo da pasta, Élcio Franco.
O site utilizado pelo ministério para a divulgação diária dos dados do coronavírus no Brasil ficou fora do ar por uma semana, sendo retomado nesta sexta, mas com um alerta de que os dados não estão totalmente atualizados.
"Todos os sistemas estão sendo restabelecidos, com previsão de retorno à normalidade na segunda-feira, 16 de novembro", disse o secretário-executivo em pronunciamento.
Inicialmente o ministério havia informado que tinha identificado a presença de vírus na rede de informática, que havia provocado um incidente em páginas web, mas havia rejeitado qualquer tentativa de invasão de computadores.
Segundo o secretário-executivo, os indícios de tentativa de ataque cibernético não haviam sido divulgados até então para preservar provas e garantir a segurança de dados.
Durante o período de instabilidade, o ministério reportou os números diários à imprensa com defasagem de informações de diversos Estados.
Na quinta-feira, todos os Estados tiveram dados atualizados após seis dias de defasagem, mas algumas localidades ainda não tinham adicionado todos os números atrasados.
"A dificuldade de acesso à rede nos últimos dias enfretanda por alguns Estados se deu em razão do bloqueio da base de dados que foi realizado para preservar informações do ministério", afirmou Franco.
"Desde o início da ocorrência, foram tomadas todas as medidas necessárias para preservar a integridade de sistemas, servidores e de dados do Ministério da Saúde, portanto, não houve comprometimento, sequestro ou vazamento de informações", acrescentou.
Com 5.781.582 casos confirmados e 164.281 mortes por covid-19, o Brasil é o segundo país com maior número de mortes por coronavírus no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, e o terceiro em casos, abaixo dos EUA e da Índia.
No início do mês, o sistema de informações do Superior Tribunal de Justiça foi atacado por hackers, o que levou à suspensão de todas as sessões de julgamento virtuais ou por videoconferência até o restabelecimento da segurança. A Polícia Federal abriu inquérito para apurar o ataque.
Nesta sexta, o STJ informou que fazia "ajustes finais em algumas aplicações que ainda não estão funcionando a contento".