Administração deverá fazer algumas mudanças na política, voltando a investir na Autoridade Palestina, mas priorizando segurança de Israel
A chegada de Joe Biden à presidência dos Estados Unidos trará algumas mudanças pontuais na política dos Estados Unidos em relação ao Oriente Médio. Mas, em se tratando da segurança de Israel, a previsão é de que esta não seja afetada, segundo análise do colunista Tovah Lazaroff, do The Jerusalem Post, um dos principais jornais locais.
"Sob uma administração Biden, os Estados Unidos ainda estão ao lado de Israel nas Nações Unidas. Essa demonstração de solidariedade tem sido uma característica principal da política dos EUA pelo menos nas últimas três administrações", afirmou.
Biden já adiantou, inclusive, que manterá a embaixada dos Estados Unidos em Jerusalém. A transferência ocorreu na administração de Donald Trump, mas a ideia já existia bem antes de Trump assumir a presidência.
"Biden está entre os signatários da Lei da Embaixada dos Estados Unidos de 1995, que reconheceu Jerusalém como a capital de Israel e determinou que sua embaixada fosse realocada de Tel Aviv para Jerusalém", destacou o colunista.
Colocando mais investimentos na Autoridade Nacional Palestina, os Estados Unidos podem tentar retormar as negociações da entidade com Israel, buscando um novo plano de paz na região, em substituição à chamada "Negociação do Século", colocada pelo governo Trump mas não aceita pelos palestinos.
A expectativa maior em relação a uma mudança está na possível retomada de um acordo nuclear com o Irã, após Trump retirar os Estados Unidos do acordo assinado em 2015 e iniciar uma série de sanções contra o país islâmico.
A questão, no entanto, é que, independentemente das administrações, o contexto é outro em relação ao governo de Barack Obama, que apoiou o acordo com o Irã.
No atual contexto, Biden poderá ser mais reticente, já que, na região, os Estados Unidos têm muitos aliados basicamente sunitas, que buscam isolar o Irã, xiita, e que, dentro desta política, vêm se aproximando de Israel.
Neste sentido, os Estados Unidos continuarão a apoiar os acordos de paz entre Israel e Emirados Árabes, Bahrein e Sudão.
E, para ampliá-los, e seguir esta que foi considerada por muitos especialistas a melhor política da administração de Trump, Biden terá de se manter distante do Irã.
A não ser que ele tenha uma habilidade extraordinária de conciliar todos os lados nesta região, coninuando a negociar modernos armamentos com a Arábia Saudita e, ao mesmo tempo, mantendo um canal de diálogo com Irã, retirando, por exemplo, algumas sanções americanas ao país.