O presidente do Atlético-MG, Sérgio Sette Câmara, declarou que o clube vai pedir a exclusão do Flamengo do Campeonato Brasileiro, depois da tentativa de adiar o jogo com o Palmeiras na Justiça do Trabalho.
“A lei vale para todos. O Flamengo se utilizou da Justiça comum para descumprir o protocolo da CBF e desrespeitar todos os outros 19 clubes da Série A, em mais um exemplo de soberba. Isso é passível de banimento. Tem de ser rebaixado automaticamente. O Atlético-MG vai entrar com um pedido à Procuradoria do STJD para a exclusão do Flamengo do Brasileiro. Deve ser realmente banido do campeonato”, declarou, em entrevista ao site "Terra".
O mandatário do clube mineiro disse que o Brasileiro deve seguir, mesmo sem o Flamengo.
“O campeonato vai prosseguir. Só não sabemos se com ou sem o Flamengo. Temos acompanhado as dificuldades da CBF na organização do Brasileiro num momento tão grave, tão difícil. Era hora de todos darem as mãos para ajudar a confederação e o futebol brasileiro. Mas o Flamengo quer tomar o próprio caminho, se acha o melhor e se acha independente. Tem de pagar pelos seu erros.”, completou.
Grandes clubes começam a formar um grande bloco de oposição ao Flamengo por causa do imbróglio jurídico que se formou. Corinthians e Palmeiras também se manifestaram.
- O maior problema do futebol é quando um clube só pensa nele e em mais nada. Suspender um jogo é suspender o protocolo que todos toparam. Melhor paralisar o campeonato inteiro então - disparou o presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, em seu Twitter.
Ele se juntou ao próprio Palmeiras na defesa da hipótese de suspensão da Série A por causa da não realização da partida.
- Caso seja definido que o protocolo determinado para o Campeonato Brasileiro não será cumprido, é preciso paralisar a competição - disse o presidente palmeirense, Mauricio Galiotte.
Sérgio Sette Câmara, do Atlético-MG, já havia se manifestado. Ele apontava o risco para o Flamengo de uma punição desportiva por se beneficiar de decisões da Justiça comum. Até o início da tarde deste domingo, duas decisões trabalhistas impediam a realização da partida.
- Os regulamentos são claros, com previsão de penas gravíssimas: os clubes não podem pleitear nem se beneficiar de decisões da “Justiça Comum” que digam respeito à organização das competições. Por isso, é bom lembrar: os clubes estão unidos e atentos. Os tempos são outros. Rivais só dentro de campo. A lei é para todos - disse Sette Câmara, em seu Twitter, mais cedo.
A manifestação dos clubes se soma à discussão sobre a volta da torcida aos estádios. Na quinta-feira, o Flamengo e a Ferj se manifestaram pelo retorno em reunião na CBF. No sábado, sem a presença dos dois, os outros 19 clubes decidiram junto à mesma CBF que não e o momento de abrir as arenas para torcedores.
A Federação Paulista de Futebol também criticou o Flamengo.
"A Federação Paulista de Futebol vem a público manifestar repúdio à tentativa de suspensão da partida de hoje, entre Palmeiras e Flamengo, pelo Campeonato Brasileiro. A competição possui um protocolo de saúde, aprovado pelas autoridades públicas e por todos os clubes participantes, que deve ser respeitado.
Causa repulsa a antiga e retrógrada prática do uso de um sindicato para defender interesses individuais e casuísticos. É obrigação de todos respeitar a vontade da grande maioria dos clubes. Assim, a FPF endossa e apoia a postura da Sociedade Esportiva Palmeiras, de todos os demais clubes e da CBF diante desta articulação arrogante, que apenas prejudica o futebol."