Mustapha Adib assumiu o cargo depois que cúpula do governo renunciou após explosão em porto de Beirute, que deixou quase 200 mortos
O primeiro-ministro do Líbano, Mustapha Adib, renunciou neste sábado (26) ao cargo e à missão de formar um governo, menos de um mês depois de ter sido empossado em meio a uma grande crise, após uma explosão no porto de Beirute, que matou quase 200 pessoas.
O escritório da presidência libanesa informou através do Twitter que Adib transmitiu ao presidente do país, Michel Aoun, sua decisão de renunciar à missão de formar o governo após uma reunião realizada no palácio presidencial.
Adib foi nomeado em 31 de agosto para formar dentro de 15 dias um governo que pudesse realizar as reformas exigidas no Líbano diante da situação extrema atingida pela explosão do porto da capital. A tragédia levou à queda do ex-premiê, Hasan Diab, e a um ultimato da comunidade internacional liderada pela França.
Isso, no entanto, não foi suficiente para que Adib conseguisse formar um governo de técnicos diante da insistência dos partidos políticos em manter suas cotas de ministros no poder executivo. No início desta semana, o agora ex-primeiro-ministro já havia advertido sobre o agravamento e aprofundamento da crise devido a atrasos na composição.
O próprio Aoun assumiu o desafio do agora ex-primeiro ministro e propôs a eliminação das cotas sectárias para os ministérios e acusou diretamente os grupos xiitas Amal e Hezbollah de dificultar que um novo governo seja montado. "Se o governo não for formado, iremos para o inferno", afirmou ele em entrevista coletiva.
O Líbano está passando por sua pior crise desde a guerra civil que terminou em 1990, com a inflação subindo acima de 50%, a moeda desvalorizada no mercado paralelo por mais de cinco vezes seu preço oficial.