Aleksander Lukashenko tomou posse, nesta quarta-feira (23), para seu 6º mandato como presidente de Belarus, em uma cerimônia fechada
Os Estados Unidos afirmaram nesta quarta-feira (23) que o país não reconhece Alexander Lukashenko como o presidente legítimo da Belarus, após ele prestar juramento e ser empossado para um 6º mandato em uma cerimônia fechada.
A informação foi revelada pelo porta-voz do Departamento de Estado americano, que ressaltou que as "eleições de 9 de agosto não foram livres nem justas".
"Os resultados anunciados foram fraudulentos e carentes de legitimidade", disse o representante do governo de Donald Trump, enfatizando que "os Estados Unidos não podem considerar Alexander Lukashenko como o presidente legítimo da Belarus".
Depois da posse fechada, diversos manifestantes saíram às ruas do país. A polícia local prendeu mais de 100 pessoas, segundo o movimento Viasna, grupo de defesa dos direitos humanos.
De acordo com relatos, as autoridades usaram canhões de água e gás lacrimogêneo em Minsk para dispersar os manifestantes.
Cerimônia de posse
Lukashenko tomou posse nesta quarta-feira (23) para seu 6º mandato como presidente de Belarus, em uma cerimônia que não foi anunciada com antecedência, de acordo com informações da agência oficial do país, "Belta".
O ato ocorreu no Palácio da Independência, em Minsk, e contou com a presença de parlamentares e outras autoridades do país.
Segundo dados oficiais, Lukashenko foi reeleito com 80,1% dos votos nas eleições de 9 de agosto, resultado que não é reconhecido pela oposição nem pelo Ocidente e que desencadeou a maior onda de protestos da história pós-soviética de Belarus.
"Ao tomar posse como presidente de Belarus, juro solenemente servir o povo da República de Belarus, respeitar e proteger os direitos e liberdades dos indivíduos e dos cidadãos...", disse Lukashenko, com a mão direita sobre uma cópia da Constituição do país.
O presidente então assinou o ato de juramento, após o qual recebeu suas credenciais como chefe de Estado da presidente da Comissão Eleitoral Central (CEC), Lidia Yermoshina.
"O dia da nossa posse como presidente é o dia da nossa vitória, convincente e crucial. Não apenas elegemos o presidente do país, mas defendemos nossos valores, nossa vida pacífica, nossa soberania e independência", disse Lukashenko.
O presidente, no poder desde 1994, indicou que este ano entrará na história do país como um período de emoções extremas.
"Um desafio sem precedentes foi lançado ao nosso sistema estatal, um desafio de tecnologias comprovadas para a destruição de estados independentes. Mas temos sido um dos poucos, senão o único, onde a 'revolução da cor' não deu frutos", afirmou.