Com 11 desfalques, sete de última hora, jogadores com covid. Vindo de derrota por goleada. Flamengo se superou e vence o Barcelona, no Equador
Histórica a vitória.
Da coragem, da superação.
Do orgulho de vestir a camisa do Flamengo.
11 desfalques, sete com covid-19, com diagnóstico em Guayaquil.
Isla, Matheuzinho e Filipe Luís, Diego, Michael, Bruno Henrique e Vitinho infectados. Gabigol, Diego Alves e Pedro Rocha contundidos. E Gustavo Henrique, suspenso.
Elenco fortemente abalado pela goleada por 5 a 0 para o Independiente del Valle.
O técnico Domènec Torrente questionado.
Mesmo com a diretoria implorando o adiamento da partida, a Conmebol negou.
E o Flamengo se superou.
Com um time improvisado, conseguiu vencer o Barcelona, em Guayaquil, por 2 a 1, e deu passo fundamental para sua classificação às oitavas da Libertadores.
Pedro e Arrascaeta marcaram e Martínez descontou.
"Temos de melhorar muito e seguir trabalhando, mas hoje o importante era vencer. Começamos pressionando, chegamos no gol e criamos situações.
"Depois sofremos com as bolas esticadas nas costas dos nossos zagueiros", disse, com espantosa sinceridade, o uruguaio Arrascaeta.
Ele tinha razão.
O jogo foi bipolar.
No primeiro tempo, enquanto teve fôlego, o time equilibrado, racional, montado por Domènec, conseguiu se impor na técnica.
Individualmente, não havia comparação. Os titulares flamenguistas eram muito melhores que os da equipe equatoriana. Fraquíssimos.
O técnico argentino Fábian Bustos colocou sua equipe tentando repetir a estratégia do Independiente del Valle. Marcando os brasileiros sob pressão.
Só que os espaços dados às costas de sua zaga eram imensos. E a marcação individualizada.
Bastaria um drible, uma arrancada com a bola dominada, para desmontar o sistema defensivo equatoriano.
E foi o que Gerson fez aos sete minutos, pela esquerda.
Em seguida, com excelente visão de jogo, servir Pedro, livre.
1 a 0, Flamengo.
O gol deu confiança a um time que tinha apenas Rodrigo Caio como titular absoluto na defesa.
O reserva Thiago Maia em uma posição importantíssima, no meio de campo. Ao lado de Gerson e Arão.
O também suplente Pedro teve de desempenhar o papel do contundido Gabigol, atuando como único atacante fixo.
Domènec não tinha jogadores velozes, isso fazia com que os vacilos defensivos do Barcelona genérico não fossem mais aproveitados no placar.
Mas aos 25 minutos, Everton Ribeiro descobriu Arrascaeta como falso centroavante. O meia ganhou na força a disputa de bola e chutou para as redes.
2 a 0, Flamengo.
Nos últimos 20 minutos do primeiro tempo, a equipe equatoriana baixou a guarda. Poderia ser goleada. Mas faltou capricho e já um pouco de fôlego aos brasileiros.
O segundo tempo começou assustador.
Logo aos dois minutos, Cólman dominou, com qualidade, uma bola esticada e serviu Martínez livre. 2 a 1.
A partir desse gol, Domènec pediu para os jogadores do Flamengo se agruparem nas famosas duas linhas de marcação. E colocando o coração na disputa de cada dividida, veio a importantíssima vitória.
O resultado além de encaminhar a classificação traz tranquilidade, um pouco de paz na Gávea.
Os jogadores se superaram.
Orgulharam não só a torcida flamenguista.
Mas o Brasil.
Deram tempo para Domènec trabalhar.
E provar se merece ser treinador do Flamengo...