A parlamentar aproveitou a sessão virtual que debatia a violência política contra as mulheres nas eleições deste ano para fazer sua defesa
A deputada federal Flordelis (PSD-RJ) pediu, neste sexta-feira (18/9), numa sessão virtual da bancada feminina, apoio do grupo para não perder o mandato. A sessão debatia a violência política contra as mulheres nas eleições deste ano.
“Eu vou provar que não cometi tal ato, agora daí a tirar meu direito de parlamentar, de falar, de trabalhar como parlamentar até ser julgada. Eu não fui julgada, estou senão acusada. Quero pedir o apoio de todas as mulheres da bancada feminina. Eu tenho certeza de que a perseguição é política”, declarou.
Flordelis voltou a dizer que as acusações contra ela são absurdas. “O processo andou em sigilo absoluto. Passei a ter acesso há uma semana. Quem tem acesso vê que as acusações contra mim não têm nada a ver, são acusações absurdas”, disse.
Pouco antes, a juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce, da 3ª Vara Criminal de Niterói, tinha atendido parcialmente pedido do Ministério Público do RJ e ordenado que Flordelis seja monitorada por tornozeleira eletrônica e fique em recolhimento domiciliar das 23h às 6h.
Os advogados da deputada apresentaram, nesta quarta-feira (16/9), a defesa por escrito à Corregedoria da Câmara em relação a representação contra ela por quebra de decoro parlamentar. Nas próximas semanas, o corregedor deve apresentar o parecer à Mesa Diretora que remete ao Conselho de Ética.
Flordelis e outras 10 pessoas, incluindo filhos do casal, respondem pelo assassinato do pastor na frente de casa em Niterói, em junho do ano passado.
A deputada federal sempre negou participação no crime. Ela sustenta que o marido foi vítima de uma tentativa frustrada de assalto. Flordelis responde por homicídio triplamente qualificado (por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima), associação criminosa, falsidade ideológica e uso de documento falso.
A parlamentar também foi denunciada por tentativa de assassinato, porque teria tentado matar o marido envenenado antes de o crime ser consumado com arma de fogo.