Alta ocorre na comparação com o mesmo mês de 2019; foram 1.499 km² com sinais de desmatamento, segundo dados coletados pelo próprio instituto.
Os alertas de desmatamento subiram 68% em agosto de 2020 na comparação com o mesmo mês do ano passado, de acordo com dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). O instituto afirma que é o pior mês de agosto verificado nos últimos 10 anos de monitoramento.
Os dados são medidos por sistema do próprio instituto (leia mais abaixo). Foram 1.499 km² detectados com sinais de desmatamento em um único mês. Os números são próximos dos registrados pelo governo federal: a Amazônia teve 1.359 km² sob alerta em agosto, segundo o Inpe.
Alertas por estado
De acordo com o Imazon, o Pará lidera, pela quinta vez consecutiva, o ranking dos estados com mais desmatamento na região.
Pará (37%)
Amazonas (19%)
Acre (18%)
Rondônia (14%)
Mato Grosso (9%)
Maranhão (2%)
Roraima (1%)
Porto Velho, em Rondônia, é a cidade com maior número de alertas: foram destruídos 85 km² de floresta em agosto. Lábrea, no Amazonas, e Altamira, no Pará, também perderam uma área importante no mês passado, com 72 km² e 61 km², respectivamente.
Desde janeiro, de acordo com o Imazon, a Amazônia perdeu 5.190 km² de mata nativa - uma alta de 23% em relação ao mesmo período de 2019.
Como o Imazon mede o desmatamento
O Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Imazon foi criado em 2008. Ele se baseia em imagens de satélites para captar a mudança do uso do solo. Com isso, afirma o Imazon, é possível detectar desmatamentos a partir de 1 hectare, mesmo sob condição de nuvens.
O sistema de alertas do governo, chamado de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), usa imagens de satélite de 6 hectares.
Dados do Inpe
Os dados de agosto do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) - números oficiais do governo - de desmatamento no mês de agosto estão próximos aos apresentados pelo Imazon: a Amazônia teve 1.359 km² sob alerta em agosto.