Seria ‘perder o bonde da história’, Governo prepara licitação na área
O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, disse, nesta 3ª feira (8.set.2020), que perder “o bonde da história” do 5G acarretará atraso e prejuízo à sociedade brasileira.
Ele afirmou que os ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação, das Comunicações, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) e o GSI (Gabinete de Segurança Institucional) trabalham nos parâmetros da licitação da tecnologia.
“O Brasil não pode perder o bonde da história e deixar de embarcar nessa tecnologia junto com o resto do mundo. Perder essa janela de oportunidade significará décadas de atraso e prejuízo para nossa sociedade”, declarou.
O general discursou na abertura do painel Telebrasil (Associação Brasileira de Telecomunicações) 2020. Mourão enviou 1 vídeo gravado. Segundo ele, cabe ao governo garantir a segurança dos dados e da privacidade das pessoas mesmo com a nova tecnologia.
“Isso [adequação ao 5G] deve ser feito de forma segura, protegendo nossos conhecimentos sensíveis e nossa privacidade, mas otimizando os meios instalados e considerando sempre os princípios da eficiência, economicidade e segurança.”
Em fevereiro, a Anatel aprovou uma consulta pública em relação ao edital para licitação das faixas de radiofrequências que permitirão a implementação da tecnologia 5G no Brasil.
Em julho, as maiores operadoras do país de telefonia celular iniciaram o funcionamento, em caráter experimental, da tecnologia de 5ª geração (5G) para os aparelhos móveis.
Neste 1º momento, o 5G compartilhará as faixas de transmissão já existentes do 3G e do 4G, com o uso da tecnologia chamada DSS (compartilhamento dinâmico de espectro, na sigla em inglês).
Já no mês seguinte, o secretário de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais, Roberto Fendt, disse que a decisão do governo no leilão do 5G “levará em conta não só o ponto de vista econômico, mas outros aspectos, entre eles geopolíticos”.
A disputa pelo desenvolvimento da nova faixa de frequência de internet móvel coloca as duas nações mais ricas do mundo em confronto: os Estados Unidos e a China.
O presidente dos EUA, Donald Trump, tenta evitar que países aliados usem o modelo chinês. Entre as empresas que oferecem equipamentos e serviços para companhias telefônicas da 5ª geração de rede móvel estão a chinesa Huawei Technologies Co, a sueca Ericsson e a finlandesa Nokia.
Trump diz que a Huawei, a maior fornecedora de equipamentos para a tecnologia no mundo, põe em risco a segurança dos dados e a privacidade dos usuários. A companhia nega.
Mourão, entretanto, diz que o processo de transição para a nova tecnologia será feito com segurança e o mais rápido possível.
“Os Ministérios da Ciência Tecnologia e Inovação, das Comunicações, em conjunto com a Anatel e mais gabinete segurança institucional estão estabelecendo parâmetros técnicos adequados para o processo licitatório de forma a, no mais curto prazo, criarmos as condições necessárias para que as nossas operadoras façam a transição para este novo sistema”, afirmou.