Andrés Sanchez e a cúpula da bilionária empresa pressionam a Globo. Exigem que a emissora chame o estádio corintiano de Neo Química Arena
Corinthians e a Hypera Pharma usarão todas as armas para que o novo nome do estádio corintiano se torne difundido.
E que a Neo Química Arena tome o lugar do apelido Itaquerão, difundido desde a Copa do Mundo.
Para isso, se juntam a força do dinheiro da empresa bilionária e a representatividade corintiana.
O primeiro, e principal alvo, nesta primeira etapa do batismo tardio é a dona do monopólio do futebol na tevê aberta.
A Globo.
"Todo mundo tem que entender e falar o nome.
"Estamos conversando com a TV Globo.
"Em breve teremos novidades", disse Andrés Sanchez, ontem na coletiva de apresentação do novo nome da arena.
Para justificar os R$ 300 milhões que a Hypera Pharma já garantiu ao clube, até 2040, o presidente corintiano não medirá esforços para pressionar a Globo.
A velha lealdade entre os dois, capaz de acabar com o Clube dos 13, será colocada em jogo.
O Corinthians foi um dos 16 clubes a apoiar publicamente a Medida Provisória 984, que possibilita a equipe mandante transmitir seu jogo no Brasileiro, desde que não tenha contrato com nenhuma emissora. Mesmo que o adversário tenha.
O apoio significa incentivo a políticos em Brasília. Deputados e senadores que fazem parte da Bancada da Bola. A mudança de posição do Corinthians em relação à MP seria significativa e teria peso nas votações na Câmara e no Senado, que podem ou não transformar em definitivo o que hoje é provisório.
Andrés já deixou claro que o Corinthians não ficará passivo como o Palmeiras, em relação ao Allianz Parque, que a Globo substitui por Arena Palmeiras.
E para isso conta com a força econômica da Hypera Pharma.
A demonstração da pressão já foi dada ontem.
Como a primeira propaganda do Jornal Nacional, principal noticiário da emissora carioca.
Os 30 segundos para apresentar a Neo Química Arena podem ter custado R$ 840 mil. Se foi cobrado pela Globo, a 'tabela cheia'. Se houve desconto, a propaganda não custou menos de R$ 700 mil para ser exibida.
Andrés é pragmático.
Quer que a empresa use o fato de ser uma das patrocinadoras do futebol na emissora. E pagar R$ 320 milhões pela temporada 2020.
Principalmente porque deve seguir com o acordo em 2021.
Ele incentivou a direção da empresa a negociar, cobrar da Globo que cite o novo nome do estádio em suas transmissões.
As reuniões estão acontecendo.
Por enquanto, há divergência no grupo Globo.
Na rádio CBN, pela manhã, o jornalista Paulo Vinicius Coelho falou várias vezes no novo nome do estádio corintiano.
No Globo Esporte, não.
O novo nome ainda não foi citado nos programas da TV Globo
As diretorias do Corinthians e da Hypera Pharma não vão desistir
Já dobraram a CBF, que passará a divulgar o Neo Química Arena na tabela oficial do Campeonato Brasileiro.
O clube e a empresa calculam em 35 milhões de corintianos no país.
Acreditam que a Globo não os queiram como inimigos.
O que poderia acontecer com a insistência em desprezar o negócio de R$ 300 milhões.
Fora a renovação do patrocínio do futebol em 2021.
Andrés Sanchez já declarou que a emissora já deixou claro que cederá.
E fez deste desafio, sua nova obsessão.
A pressão já começou...