A Polícia Federal prendeu neste domingo (30.ago.2020) Victor Hugo Barroso em Porto Alegre (RS). O homem é apontado como operador financeiro do presidente do PSC, Pastor Everaldo.
Barroso foi mais 1 alvo da operação Tris in Idem, que investiga corrupção em contratos públicos do Executivo fluminense. O nome da operação é uma referência ao governador Wilson Witzel, afastado em decorrência da operação, que é o 3º governador do Estado que se utilizaria de esquemas ilícitos semelhantes para obter vantagens indevidas.
Além do suposto doleiro, o próprio Pastor Everaldo também foi preso. Barroso seria o responsável por coordenar supostas fraudes nas contratações.
“[Barroso é] operador financeiro do grupo liderado por pastor Everaldo, responsável por contabilidade paralela, por cooptação de agentes públicos e privados e por direcionar contratações, declarando endereço no exterior e constituindo várias offshores em nome de sua mãe e sua irmã, essa também envolvida”, disse a decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça).
Entenda
A operação Tris in Idem investiga uma organização criminosa no governo fluminense, dividida em 3 grupos, que disputavam o poder mediante o pagamento de vantagens indevidas a agentes públicos. Teria se estruturado a partir da eleição de Wilson Witzel.
Liderados por empresários, esses grupos teriam loteado algumas das principais pastas estaduais para implementar esquemas que beneficiassem suas empresas.
O Ministério Público Federal afirma que o escritório de advocacia da primeira-dama Helena Witzel era utilizado para intermediar o pagamento de propina para o governador.
O escritório, que não tinha nenhum outro funcionário, recebeu R$ 554 mil suspeitos de ser propina para o seu marido de 13 de agosto de 2019 a 19 de maio de 2020. Desse montante, R$ 74 mil foram repassados diretamente para o governador.
O STJ também expediu mandados de prisão contra o Pastor Everaldo e contra Lucas Tristão, ex-secretário de Desenvolvimento Econômico. Não há mandado de prisão contra Witzel.