Recursos foram enviados em 2016 para contas pessoais do advogado, que começou a atuar na defesa da família Bolsonaro em 2018. Ele nega movimentações atípicas
Um relatório Conselho do Controle de Atividades Financeiras (Coaf), obtido pelo GLOBO, aponta que o advogado Frederick Wassef, que começou a atuar na representação da família Bolsonaro no fim de 2018, enviou de uma conta dos EUA US$ 2 milhões no ano de 2016 para suas contas pessoais no Brasil. O documento foi enviado para o Ministério Público Federal (MPF) no Rio, Ministério Público do Rio (MP-RJ) e para a Polícia Federal em 15 de julho.
O relatório do Coaf afirma que Wassef foi "objeto de comunicações de operações suspeitas", e cita que os créditos em suas contas bancárias no período entre 2015 e 2020 foram "oriundos principalmente de Bruna Boner Leo Silva e de duas operações de câmbio (ingresso de recursos) oriundos do Wells Fargo Bank N.A nos EUA no valor de US$ 1.000.000,00 cada realizado entre 26/09/2016 e 23/11/2016".
Procurado, o advogado disse que suas "contas bancárias e pagamentos recebidos são legais e declarados à Receita Federal e todos impostos foram pagos". Além disso, ele informou que "jamais existiu qualquer movimentação financeira atípica" em sua conta. Wassef não respondeu o motivo das transações. O relatório do Coaf aponta outras transações financeiras realizadas por Bruna, ex-enteada de Wassef.