O governo russo, através de sua empresa estatal de energia atômica, a Rosatom, liberou imagens até então secretas do maior teste nuclear da história. Trata-se da Tsar Bomba, um dispositivo nuclear com 57 megatons
O teste foi realizado em 1961, na ilha Severny, no extremo norte do círculo polar ártico
O dispositivo original tinha 57 megatons (equivalente a 57 milhões de toneladas de explosivos convencionais), mas a bomba de teste teve seu poder reduzido para 50 megatons, para evitar a propagação massiva de radiação
Tal poder de destruição é equivalente a cerca de 3.333 vezes a explosão de Hiroshima
Também foi duas vezes mais potente que o chamado Teste 219, também realizado pela então União Soviética
A bomba era tão grande e poderosa que não teria utilidade prática numa guerra, mesmo em uma possível III Guerra Mundial
O dispositivo era apenas uma arma de propaganda, algo comum na Guerra Fria, ainda mais nos anos 60, quando EUA e URSS se enfrentava na Crise dos Mísseis Cubanos
A nuvem atingiu cerca de 65 mil metros de altitude
Filmar a explosão, algo fundamental para uma peça de propaganda, também foi um desafio
As câmeras foram posicionadas a centenas de quilômetros e tiveram que lidar não apenas com as condições de iluminação árticas, mas também deveriam ser preparadas para não "cegarem" com a luz gerada pela explosão
Além disso, um avião a 160 km de distância também fez gravações, principalmente da nuvem subindo (por 40 segundos inteiros) e se dissipando
A própria tripulação do avião que transportou a bomba (um bombardeiro Tu-95) correu riscos
A bomba foi lançada com um paraquedas (só o paraquedas pesava 800 kg), para que o avião conseguisse se distanciar e evitar a morte
Ao contrário de outras bombas, ela explodiu no ar, a cerca de 4.000 m de altitude da superfície
Quem estivesse a até 100 km de distância teria queimaduras de terceiro grau em todo corpo por causa do calor gerado pela explosão — é possível ver o vídeo completo no YouTube
O plano original era de um teste com 100 megatons, mas as autoridades desistiram rápido da ideia, uma vez que os pilotos do avião certamente morreriam e que tal teste causaria um desastre nuclear de proporções desconhecidas