Extratos bancários obtidos a partir da quebra de sigilo da loja de chocolates do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) indicam que o congressista fez retiradas, como sócio, nos mesmos dias em que o estabelecimento recebeu depósitos em dinheiro vivo. A informação foi divulgada nesta 2ª feira (24.ago.2020) pela TV Globo.
De acordo com a reportagem, os documentos mostram entradas e saídas na conta bancária da loja de chocolate. O Jornal Nacional cruzou os dados e encontrou coincidências nos valores.
O cruzamento de dados também destaca uma conexão com apuração em andamento no MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) sobre esquema das “rachadinhas” na Alerj (Assembleia Legislativa do Estado).
Conforme apurou o JN, em várias datas, Flávio, como sócio da loja, fez retiradas de valores assim que a franquia recebia depósitos fracionados em dinheiro. As entradas e retiradas têm valores parecidos nas seguintes datas:
em 25 e 26 de janeiro de 2016, a loja recebeu 12 depósitos fracionados, 6 com o mesmo valor cada, R$ 3.000 em dinheiro. O valor total depositado foi de R$ 25.559. No dia 27 do mesmo mês, Flávio fez uma transferência de R$ 25.555 da conta da loja para sua conta pessoal;
em 21 de novembro de 2017, foram depositados na franquia R$ 24.566 em dinheiro. Dos 11 depósitos fracionados, 8 têm valores redondos que somam R$ 20.000. No mesmo dia, Flávio fez uma transferência de R$ 20.000 da loja para ele;
Em 18 de dezembro de 2017, a franquia de chocolates recebeu R$ 35.724 em dinheiro. Foram 11 depósitos de valor redondo –10 de R$ 3.000 e 1 de R$ 1.000. Todos juntos somam R$ 31.000. No mesmo dia, Flávio tirou da loja e transferiu para si mesmo R$ 30.000.
À TV Globo, a defesa de Flávio Bolsonaro negou qualquer irregularidade nas contas do senador e disse que todas as informações sobre o caso já foram prestadas ao Ministério Público.