Foram cumpridos 37 mandados de prisão e apreendidos três helicópteros, 2 motos aquáticas, 4 embarcações e 4 aviões, além de imóveis e veículos
Mais duas aeronaves foram apreendidas na sexta-feira (21) pela Polícia Federal durante a operação Além Mar, deflagrada na terça-feira (18) para investigar esquema de tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro.
O primeiro avião foi apreendido em Campinas, no interior de São Paulo, e o segundo em Campo Grande (MS). No total, desde o início da operação, foram cumpridos 37 mandados de prisão e apreendidos três helicópteros, duas motos aquáticas, quatro embarcações e quatro aviões, além de imóveis, caminhões e veículos de luxo.
Entre eles, está uma carro esportivo apreendido em Natal, no Rio Grande do Norte, no início da operação.
Investigações
De acordo com a PF, quatro organizações criminosas autônomas, atuando em conexão, viabilizavam o esquema de tráfico internacional de drogas investigado, por meio do qual toneladas de cocaína foram exportadas para a Europa via portos brasileiros, especialmente no Porto de Natal (RN).
A primeira organização, em São Paulo (SP), realizava a entrada de cocaína pela fronteira com o Paraguai, fazendo o transporte aéreo da droga até São Paulo. Lá, era distribuída para organizações no Brasil e na Europa. A segunda, em Campinas (SP), recebia a cocaína vinda do Paraguai e realizava a exportação para Cabo Verde e Europa.
A terceira, em Recife (PE), é integrada por empresários do setor de transporte de cargas, funcionários e motoristas de caminhão cooptados e provê a logística de transporte rodoviário da droga e o armazenamento de carga até o momento de sua ocultação nos containers.
Já a quarta, também em São Paulo (SP), atua como banco paralelo, disponibilizando sua rede de contas bancárias para movimentação de recursos de terceiros, de origem ilícita, mediante controle de crédito/débito, cujas restituições se dão em espécie e a partir de TEDs, inclusive com compensação de movimentação havida no exterior (dólar-cabo).
As autoridades começaram a investigar o esquema em 2018. Segundo a PF, "mesmo diante da situação de emergência de saúde pública e o isolamento social imposto, o esquema criminoso não foi interrompido, tendo sido apreendidos entre os meses de março/20 e julho/20 mais de 1,5 tonelada de cocaína".
Durante a fase sigilosa das investigações foram presas 12 pessoas e apreendidas mais de 11 toneladas de cocaína, no Brasil e na Europa, relacionados ao esquema criminoso. Dentre esses presos estava um grande traficante que permaneceu foragido da justiça brasileira por 10 anos e era procurado pela Polícia Federal e pela NCA (National Crime Agency), do Reino Unido. Ele foi preso em Jundiaí (SP) em março de 2019.