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TA NA TELA: Central Sindical CSP-Conlutas lança manifesto contra volta às aulas durante a pandemia



Como parte da campanha contra a volta às aulas no período de pandemia da Covid-19, a CSP-Conlutas lança um manifesto em defesa da vida. A central está fazendo uma forte denúncia contra esse retorno prematuro.


Pelo país, professores estão entrando em greve como forma de protesto a essa política de retorno considera genocida pelo corpo escolar.


No Rio de Janeiro, professores estão em greve, assim como existe a mesma sinalização pela greve em São Paulo, Manaus, Minas Gerais entre outras regiões cuja volta está prevista para ocorrer em agosto ou setembro.


Confira, abaixo, a íntegra do manifesto:

Manifesto Nacional contra a volta às aulas durante a pandemia

Nós, pais, estudantes, professores, servidores e demais trabalhadores e entidades sindicais de todo o país, somos contrários a volta às aulas durante a pandemia por entender que essa medida colocaria em risco a vida dos membros da comunidade escolar e de seus familiares, além de agravar ainda mais a crise sanitária no Brasil.


Muito longe de estar controlada, a taxa de contaminação da Covid-19 no país segue acelerada, segundo pesquisa recente do Imperial College[1], e o Brasil é o segundo com maior número de mortos e contaminados, abaixo apenas dos EUA. Mesmo assim, Bolsonaro segue com sua política genocida, fazendo pouco caso das centenas de vidas perdidas a cada dia. Nos estados e municípios, os prefeitos e governadores querem reabrir as escolas para implantar essa mesma política de flexibilização, apesar de não haver nenhuma segurança, nem testes para todos, nem vacina.


As secretarias da educação estaduais, municipais e o MEC (Ministério da Educação), insistem em propor protocolos para a volta às aulas presenciais contrariando as recomendações científicas. Nas escolas, é inviável garantir o distanciamento social, o monitoramento e o uso de máscaras permanente nas crianças e adolescentes, a segurança dos bebês e trabalhadores da educação, assim como garantir a circulação do ar nos ambientes, a higienização dos banheiros e espaços de alimentação para que não se prolifere o vírus. A maioria das escolas, principalmente nas redes públicas, possui inúmeros problemas estruturais, falta de espaço e de funcionários. Entre os casos mais graves estão as 10.685 escolas públicas que não têm acesso à água limpa, 8% sem rede de esgoto e 4% sem banheiro, de acordo com Censo Escolar 2019.


As crianças não são imunes, e por serem em sua maioria assintomáticas, aumentam as chances de transmissão do vírus. Segundo levantamento recente da Fiocruz (Fundação Osvaldo Cruz), 9,3 milhões de pessoas idosas ou com comorbidades convivem diretamente com crianças em idade escolar e aumentariam as chances de morte. Ademais, muitos dos trabalhadores da Educação são do grupo de risco e não poderiam voltar ao trabalho presencial nessas condições.

A preocupação não é, nem nunca foi pedagógica. Os governos que não se importam com a vida, se importam muito menos com o aprendizado. O objetivo da volta às aulas é unicamente para que os pais voltem integralmente ao trabalho, conforme a necessidade do capital, ainda que tenham que arriscar sua vida, de seus filhos e familiares. Os mesmos governos que não garantiram a quarentena, agora querem impor a flexibilização total, naturalizando as mortes e a contaminação como parte de um “novo normal”, no qual os trabalhadores, pobres, negros e negras e moradores das periferias morrem mais, e estarão ainda mais expostos se seus filhos retornarem às escolas. Mas, para nós, a vida vale mais que os lucros. Por isso, não seremos corresponsáveis por esta política criminosa, que vai expor a comunidade escolar e seus familiares à contaminação e ao risco de morte.


Defendemos também que durante esse período seja garantida a segurança alimentar dos estudantes e suas famílias, assim como os salários sem redução de direitos. Nos somamos à luta pela quarentena geral e real com garantias sociais aos trabalhadores, autônomos e desempregados. Não podemos permitir a volta das aulas presenciais neste contexto. Por isso é fundamental a construção de uma ampla mobilização nacional em unidade com a CNTE, sindicatos, centrais, movimentos sociais e toda a sociedade em defesa da vida. E se preciso for, que esse movimento culmine na construção de uma greve sanitária nacional da Educação.


Conteúdo se recupera. As vidas perdidas não.

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