Lista inclui hospitais federais, sindicato farmacêutico e Comissão Nacional de Energia Nuclear
O pedido do Ministério da Saúde para divulgar a cloroquina como tratamento inicial da Covid-19 foi disparado para pelo menos 20 destinatários.
Nesta quinta-feira, veio a público um ofício assinado em 29 de junho pelo secretário de Atenção Especializada à Saúde, coronel Luiz Otávio Franco Duarte, destinado à Fundação Oswaldo Cruz.
"São medidas essenciais a tomar e divulgar: Considerar a prescrição de cloroquina ou hidroxicloroquina, mediante livre consentimento esclarecido do paciente com diagnóstico clínico de Covid-19, para tratamento medicamentoso precoce, ou seja, nos primeiros dias dos sintomas, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS)", escreveu o secretário do ministério, sem apontar evidências científicas.
No mesmo dia 29, o documento foi disparado para hospitais federais, um sindicato de produtos farmacêuticos, conselhos de secretários de Saúde, uma secretaria estadual de Saúde e até à Comissão Nacional de Energia Nuclear.
Os papéis foram enviados pelos correios e online.
Ainda não houve respostas à solicitação do ministério. Até agora, os órgãos apenas distribuíram o material internamente.
Receberam o documento do ministério no Rio de Janeiro: hospitais federais do Andaraí, Bonsucesso, Cardoso Fontes, Ipanema, Lagoa e Servidores do Estado; Secretaria de Saúde fluminense; Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva; Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad; Instituto Nacional de Cardiologia; Fundação Oswaldo Cruz; Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira; Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas; e a superintendência fluminense do Ministério da Saúde.
O ministério também remeteu o ofício à Comissão Nacional de Energia Nuclear; Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos de São Paulo; Conselho Nacional de Secretários de Saúde; Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde; e ao Grupo Hospitalar Conceição (RS).
A cloroquina não tem eficácia comprovada cientificamente. A Organização Mundial da Saúde suspendeu os testes com o medicamento.
Nesta quinta-feira, um estudo da Universidade de Oxford associou a substância ao agravamento de casos de Covid e mortes.