O presidente do Senado Davi Alcolumbre tem dedicado seus esforços em meio à pandemia para tentar garantir sua reeleição à presidência da Casa, e nesse sentido tem tentado alterar um dispositivo da Constituição que proíbe a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente nos casos do comando da Câmara e do Senado.
Ele precisaria aprovar uma PEC a ser aprovada em tempo recorde no Senado e na Câmara, que necessita de pelo menos três quintos dos votos de senadores e deputados, ou de uma decisão do Supremo.
E é no STF que ele vem apostando suas fichas, segundo reportagem assinada por Amanda Almeida, Naira Trindade e Bela megale no Globo.
A ideia é uma sigla aliada questionar a Corte se presidentes do Senado que terminam o mandato no fim da legislatura de quatro anos podem disputar a reeleição. Este é o caso de Alcolumbre: eleito em 2014, seu atual mandato de senador termina em 2022, junto com sua possível recondução ao cargo.
Integrantes da cúpula do DEM dizem já ter mapeado um cenário favorável a Alcolumbre no Supremo. Reservadamente, ministros do STF admitem “analisar com atenção” qualquer consulta nesse sentido, contrariando haver indicativos de que o questionamento será rejeitado de imediato. Segundo aliados, o presidente do Senado é muito bem relacionado com a maioria dos magistrados.
Além de estar bem relacionado, ele tem outra vantagem que pode lhe garantir o sucesso, a falta de concorrentes de peso na disputa. O MBD está enfraquecido, e as demais legendas não chegam a um nome de consenso. Ou seja, se o STF abrir o caminho, ele pode vencer por falta de adversários de peso.