Cidade havia suspendido restrições depois que número de casos estabilizou, porém aumento de contágios representa revés a reabertura total
A cidade de Tóquio registrou, nesta quinta-feira (2), 107 novos casos de coronavírus, ultrapassando a marca de 100 infectados diários pela primeira vez desde 2 de maio e mais de um mês após o alerta sanitário ter sido suspenso no Japão.
De 24 de junho e até ontem, os casos diários do novo coronavírus na capital japonesa permaneceram em torno de 50, enquanto a cidade recuperou gradualmente o ritmo usual após quase todas as restrições que afetavam os bares e restaurantes e lojas terem sido suspensas.
Mas os dados de hoje, fornecidos pelas autoridades da capital japonesa, representam um revés nas tentativas de Tóquio, de 14 milhões de habitantes, de retornar gradualmente à normalidade.
Segundo dados oficiais, desde o primeiro caso de covid-19 registrado no Japão, em 16 de janeiro, houve cerca de 19 mil infectados no país, com 975 mortes, mas os níveis permaneceram constantes nas últimas semanas.
O alerta de saúde, chamado estado de emergência no Japão, foi declarado em 7 de abril e durou até 25 de maio, pois os números diários de casos foram gradualmente reduzidos e as limitações hospitalares foram superadas.
Em uma entrevista coletiva após a divulgação desses dados, a governadora de Tóquio, Yuriko Koike, disse que 70% dos casos registrados nos últimos dias correspondem a pessoas entre 20 e 39 anos e reiterou seu pedido para que jovens se preocupem extremamente com as áreas de vida noturna.
No entanto, Koike descartou a aplicação de novas medidas para restringir as atividades comerciais, como as aplicadas nas últimas semanas após o estado de emergência aprovado pelo governo de Shinzo Abe, no mês de abril.
Recentemente, porta-vozes oficiais alertaram que, se houvesse um aumento incomum no número de casos de Covid-19, a possibilidade de reordenar o estado de emergência sanitária seria considerada como um obstáculo à propagação da pandemia.
Mas após a divulgação dos dados de hoje em Tóquio, o porta-voz do governo japonês, Yoshihide Suga, disse que não era o momento de reordenar o alerta sanitário, observando que, entre os casos mais recentes, há apenas uma dúzia de pessoas que se encontram em estado grave.