Os entregadores que trabalham com aplicativos fazem nesta quarta-feira (1º) protestos pelo país, reivindicando melhorias das condições de trabalho. Os grupos pedem das empresas como iFood, Rappi e Uber Eats aumento dos valores por quilômetro e do valor mínimo para a entrega, fim do sistema de pontuação — que pode bloquear temporariamente o uso da plataforma —, seguro contra roubos e acidentes e o pagamento de um auxílio-pandemia.
No Rio, os trabalhadores informais com motocicletas e bicicletas se concentraram pela manhã na Candelária, no Centro. Com muita buzina, eles se encaminharam até a sede do Ministério do Trabalho no Rio, também no Centro. Muitos fizeram transmissões nas redes sociais com os celulares em busca de apoio.
Em São Paulo, os manifestantes chegaram a fechar rapidamente a Avenida dos Bandeirantes, na Zona Sul da capital. No fim da manhã, parte dos entregadores se concentrou na frente do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) e bloqueou uma das pistas da Rua da Consolação, na região central.
Por volta das 14h, a passeata chegou à Avenida Paulista, onde permaneceu por volta de 40 minutos. Em frente ao Masp, onde a aglomeração de motofretistas ocupou uma quadra inteira, lideranças do movimento discursaram de um carro de som.
– Sem motoboy na rua o Brasil não anda. A gente é que leva os exames, a gente é que leva a pizza – disse um dos líderes.
Um dos líderes da paralisação no Rio de Janeiro, Ralf Alexandre Campos contou que quando os aplicativos chegaram no estado, pagavam cerca de R$ 4 por quilômetro rodado. Antes da pandemia, o valor estava em R$ 1 e, hoje, existem aplicativos que pagam de R$ 0,60 a R$ 0,70 por quilômetro.
Segundo Ralf Campos, a paralisação no Rio de Janeiro, o movimento reuniu cerca de 300 motos na Candelária, no Centro do Rio. Houve manifestações ainda em Niterói e na Baixada Fluminense.
— Nossa pauta principal é aumento dos valores por entrega. Queremos que os aplicativos tenham um valor mínimo igual. Além disso, estamos pedindo o fim dos bloqueios injustos, em que não temos nem direito de resposta. A grande maioria é bloqueada sem nem saber o motivo. Os aplicativos também costumam bloquear os entregadores que fazem manifestação, ontem mesmo fomos ameaçados — explicou o entregador.
Ralf também disse que a categoria pede o fim do tempo de coleta, que aumenta o risco de acidentes no trânsito.
— Temos um tempo muito curto para buscar a comida, o que faz com que a gente vá muito rápido. E sempre que a gente chega no restaurante, o estabelecimento leva cerca de 20 minutos, meia hora para nos entregar o pedido, então qual é o sentido? — questiona.
Nas redes sociais, há grande mobilização para o movimento, batizado de #brequedosapps. Dois hasthags sobre o tema estavam nos dois primeiros lugares entre os assuntos mais comentados do Twitter no Brasil no começo da tarde.