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BOMBA DO DIA: Regina Duarte é processada por apologia à tortura



Filha de diplomata denuncia a atriz e cita ministro do turismo


A polêmica entrevista de Regina Duarte, quando ainda ocupava o cargo se secretária especial de cultura, à CNN, no último dia 07 de maio, na qual falou sobre tortura, acabou virando caso de justiça. Lygia Jobim, filha do diplomata José Jobim, sequestrado e morto durante a ditadura militar, move um processo por apologia de crimes de tortura.


De acordo com o colunista Anselmo Góis, de O Globo, na denúncia, Lygia envolve também o Ministério do Turismo, que abriga a secretaria. Lygia cobra uma indenização de R$ 70 mil. A ação civil tramita no Juízo Substituto da 23ª VF do Rio de Janeiro.


Tortura, nunca mais!


Em entrevista à CNN, a então secretária da Cultura disse que "sempre houve tortura", que não se devia "ficar cobrando coisas que aconteceram nos anos 60, 70, 80". Também cantou a marchinha Pra Frente Brasil, que foi apropriada pelo regime militar e virou um símbolo do governo da época.

"Fiquei horrorizada com a forma como ela naturalizou a tortura. Não há liberdade de expressão que abarque a apologia a crimes. É um acinte a todos os que foram afetados pela violência", disse Lygia ao jornal O Globo.


Em um documento de 25 páginas, o advogado de Lygia Jobim, Carlos Nicodemus, justifica a ação de indenização contra a União alegando que se trata de "um claro dano nacional": "As ofensas apontadas atingem objetivamente toda a memória do Sr. José Jobim, torturado e morto durante o período ditatorial no Brasil", escreve.


O diplomata e economista José Jobim desapareceu em 1979 após revelar que denunciaria o superfaturamento na construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu. Seu corpo foi encontrado dois dias depois, pendurado pelo pescoço em uma árvore pequena. Em 2018, o Estado reconheceu que Jobim havia sido torturado e morto pelo regime militar e que a hipótese de suicídio levantada na época havia sido forjada.


Defesa de Regina


Em um artigo publicado no Estadão, logo que deixou o governo, em maio, Regina Diarte explicou a citação dos versos de Pra Frente Brasil.


"Nada a ver com defesa da ditadura, como quiseram alguns, mas com o sonho de brasilidade e união que venho defendendo ao longo de toda a minha vida. E me desculpo se, na mesma ocasião, passei a impressão de que teria endossado a tortura, algo inominável e que jamais teria minha anuência, como sabem os que conhecem minha história".


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