Presidente da Câmara afirmou que a retomada deve acontecer por causa da baixa taxa de infecções em Brasília, motivada também pela boa gestão do DF
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), admitiu nesta quinta-feira (4) que o Congresso Nacional pode voltar às atividades presenciais em julho. "Não gosto de estabelecer uma data, vamos conversar, mas pode ser, sim. Em junho certamente não será."
Maia afirmou que a retomada deve acontecer por causa da baixa taxa de infecções no Distrito Federal, motivada, segundo ele, pela boa administração do governador Ibaneis Rocha (MDB) e pela paralisação das atividade no Congresso. "E sabemos que essa circulação de pessoas é o que leva e traz o vírus."
Ele comentou que a retomada depende de uma análise técnica e científica do Congresso Nacional, e também esbarra na escassez de voos para Brasília, motivadas pela paralisação da economia por causa do avanço da covid-19. "Vamos ter um debate interno para ver o melhor momento de retomar as atividades. Acredito que no final do mês podemos sentar com os líderes e discutir uma solução para esse tema."
O presidente da Câmara falou também que após o retorno será retomada a discussão da reforma tributária, na qual vão ouvir diversos setores empresarias para chegar a uma melhor proposta ao país.
Maia defende também uma nova ajuda aos empresários que foram prejudicados com a quarententa do novo coronavírus.
"Junto da reforma tributária podemos dar uma solução também para a dificuldade que as empresas vão ter para honrar seus pagamentos, algo inevitável depois dessa pandemia."
Fake news
Maia comentou na entrevista coletiva desta quinta que espera ver votado já na semana que vem o projeto que trata sobre punições às fake news. "Eu combinei com alguns deputados que a gente tente construir um texto até amanhã e o apresente como uma pré-proposta ao Alcolumbre {Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente do Senado) e aos senadores para fechar um projeto que tenha apoio majoritário na Câmara."
"É importante que Câmara e Senado estejam trabalhando de forma harmônica em relação ao tema das fake news", concluiu.
Ao ser questionado sobre se haveria um consenso com os poderes Judiciário e Executivo, o presidente da Câmara afirmou que o governo participa dos debates por meio de seu líder e dos partidos de sua base. "Mais do que harmonia com outros poderes, a gente tem que estar em harmonia com a sociedade, que não quer mais fake news. Ela quer liberdade para a divulgação de informações verdadeiras."
'A gente tem que saber respeitar a liberdade de expressão e de imprensa. Mas, ao mesmo tempo, 90% da sociedade não aceita mais ser enganada por alguns que insistem em construir uma indústria, ou uma fabrica ou uma usina, para difamar a imagem de terceiros."