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ALFINETADA: Para parlamentares, projeto de Bolsonaro é tornar Moro inelegível

  • G1.COM
  • 3 de jun. de 2020
  • 2 min de leitura



O ex-ministro, diferentemente de um adversário de esquerda, racha a base do presidente. Planalto quer desidratar o adversário.


Parlamentares que acompanham o duelo entre Jair Bolsonaro e Sergio Moro avaliaram nesta quarta-feira (3) ao blog que o projeto do governo é inviabilizar a carreira política do ex-ministro da Justiça, com foco na eleição presidencial de 2022.


Moro, diferentemente de um adversário de esquerda, racha a base de Bolsonaro — por isso, o presidente prefere antagonizar com Lula, por exemplo.

Porém, desde que saiu do governo e passou para o lado de inimigos de Bolsonaro, Moro virou pré-candidato à Presidência em 2022. O Planalto tem certeza de que o ex-ministro quer suceder Bolsonaro no Planalto e, por isso, quer desidratar o adversário.

O próprio entorno de Moro acredita que há uma "vingança" de Bolsonaro.


Chamou atenção de aliados de Moro a retomada de negociação pela procuradoria-geral da República (PGR) de delação premiada de Tecla Duran, como publicou o jornal "O Globo" nesta quarta. A PGR é órgão autônomo, mas a coincidência, para os aliados de Moro, não é gratuita. A delação havia sido arquivada em 2018.


Em nota divulgada nesta quarta, após a reportagem de O Globo, Moro disse que os relatos de Duran sobre a "suposta extorsão que teria sofrido" na Lava Jato, com envolvimento de um amigo pessoal seu, Carlos Zucolotto Jr., já foram investigados na PGR e arquivados. Moro afirma que o relato "não verdadeiro" prestado por acusado foragido teve destino "apropriado": o arquivamento.


O ex-ministro da Justiça, na nota, diz que lhe causou "perplexidade e indignação" que a investigação arquivada tenha sido retomada pela gestão atual da PGR, que é comandada por Augusto Aras.


Segundo o blog apurou, há 90 dias as conversas entre a PGR e Duran foram retomadas. Nos bastidores, Aras rechaça insinuações de que o Ministério Público estaria à disposição de Bolsonaro para se vingar de Moro — e que jamais permitiria o uso político da instituição.


Já interlocutores de Moro não descartam, inclusive, que ele vire alvo de buscas, o que classificam como uma operação para desconstruir a sua imagem de símbolo de combate à corrupção.


Por isso, senadores que acompanham os lances e avanços da guerra entre Bolsonaro e Moro avaliam que o projeto Bolsonaro é tornar Moro inelegível em 2022.


Para isso, por exemplo, Moro precisaria ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa. Ou seja, condenado por órgão colegiado.

 
 
 
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