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ALFINETADA: Deputadas Carla Zambelli e Bia Kicis são intimadas a depor sobre fake news



Operação faz parte do inquérito que investiga produção de notícias falsas. Alvos são aliados do presidente Jair Bolsonaro; ministro do STF determinou ainda depoimentos de deputados.


A Polícia Federal cumpre na manhã desta quarta-feira (27) mandados de busca e apreensão no inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) que apura produção de notícias falsas e ameaças à Corte. Entre os alvos estão o ex-deputado federal Roberto Jefferson, o empresário Luciano Hang, o deputado estadual Douglas Garcia (PSL-SP) e blogueiro Allan dos Santos. Os quatro são aliados do presidente Jair Bolsonaro.

Alguns dos alvos dos mandados são:

  • Luciano Hang, empresário (SC)

  • Roberto Jefferson, ex-deputado federal (RJ)

  • Sara Winter, blogueira (DF)

  • Winston Lima, blogueiro (DF)

  • Edgard Corona, empresário (SP)

  • Edson Pires Salomão (SP)

  • Enzo Leonardo Suzi (SP)

  • Marcos Belizzia (SP)

  • Otavio Fakhouri (SP)

  • Rafael Moreno (SP)

  • Rodrigo Barbosa Ribeiro (SP)

Deputados que serão ouvidos

O ministro Moraes determinou ainda que deputados deverão ser ouvidos no inquérito nos próximos dias. Eles não foram alvos de mandados nesta quarta. São eles:

Deputados federais

  • Bia Kicis

  • Carla Zambelli

  • Daniel Lúcio

  • Filipe Barros

  • Geraldo Junio

  • Luiz Phillipe de Orleans e Bragança

Deputados estaduais

  • Douglas Garcia

  • Gildevânio Ilso

Buscas e apreensões

As buscas com relação a Jefferson e Hang foram realizadas nas casas deles, no Rio de Janeiro e em Santa Catarina, respectivamente.

As buscas sobre Allan dos Santos ocorreram na casa dele, em uma área nobre de Brasília.


Ao todo, a operação tem 29 mandados de busca e apreensão. As ordens foram expedidas pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, relator do inquérito.

Além de Rio de Janeiro e Brasília, há mandados para ser cumpridos também nos estados de São Paulo, Mato Grosso, Paraná e Santa Catarina.


Investigações

Ao longo das investigações, laudos técnicos que demonstraram que um grupo produz e dissemina as notícias falsas, sempre com o mesmo padrão. Foram identificados pelo menos quatro financiadores desse grupo.


As investigação já identificaram ao menos 12 perfis em redes sociais que atuam na disseminação de informações, de forma padronizada, contra ministros do tribunal.


Isso significa, por exemplo, que esses perfis encaminham o mesmo tipo de mensagem, da mesma forma, na mesma periodicidade. Técnicos cruzam informações para tentar localizar financiadores desses perfis.


Manifestações dos investigados

Luciano Hang

  • Em nota, Luciano Hang disse que tem a consciência tranquila de que jamais atentou contra os ministros do STF ou contra a instituição. "Nada tenho a esconder, uma vez que tudo o que falo está nas minhas redes sociais e é de conhecimento público."

Roberto Jefferson

  • O G1 ligou para o celular de Roberto Jefferson por volta das 8h50, mas o telefone estava desligado. A reportagem deixou uma mensagem.

O G1 busca contato com os demais alvos da operação.


Delegados mantidos

Em 24 de abril, dois dias depois de Bolsonaro trocar o diretor-geral da PF, Moraes determinou que os delegados responsáveis pelo inquérito fossem mantidos, mesmo com as mudanças na chefia da corporação.


Na prática, a decisão de Moraes tinha o objetivo de blindar as investigações contra interferências.


O inquérito foi aberto em março de 2019 e terminaria em junho deste ano, mas pode ser prorrogado.

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