Ministro determinou o sigilo sobre falas do empresário e de Miguel Ângelo Braga Grillo, que ocorrem nesta terça (26) e quarta (27), na Polícia Federal
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Celso de Mello negou, na noite da última segunda-feira (25), o acesso do senador Flávio Bolsonaro ao depoimento de Paulo Marinho.
O magistrado determinou o sigilo sobre os próximos depoimentos de Marinho e de Miguel Ângelo Braga Grillo, que ocorrem nesta terça (26) e quarta (27), respectivamente.
Na decisão, o ministro argumentou que Flávio Bolsonaro "não é objeto de investigação criminal neste inquérito" e "sequer foi intimado para depor, na espécie, como investigado, uma vez que ostentam essa singular condição – vale dizer, a de investigados – apenas o Senhor Presidente da República e o Senhor Sérgio Fernando Moro".
"Sendo assim, e em face das razões expostas, indefiro o pedido deduzido na Petição protocolada, eletronicamente, nesta Suprema Corte", escreveu Celso de Mello.
Marinho é suplente de senador do filho do presidente e pré-candidato à prefeitura do Rio de Janeiro na eleição deste ano pelo PSDB.
De acordo com o ministro, qualquer pessoa sob investigação do Estado e, também, seu advogado têm o direito de conhecer as informações já formalmente produzidas nos autos. Caso os atos da investigação tenham sido praticados, "as informações podem vir a tornar-se acessíveis aos investigados".
Marinho já prestou depoimento que durou cinco horas no último dia 20 na PF (Polícia Federal) e outro no dia 21 na sede do MPF (Ministério Público Federal), no Rio de Janeiro, no inquérito sobre vazamento de informações sigilosas da PF a Flávio.
O empresário é ouvido no inquérito que apura se o presidente Jair Bolsonaro tentou interferir na Polícia Federal, com base em acusações feitas pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro.