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MUNDIAL: Vietnã não mede esforços para seguir sem mortes por covid-19



País, que teve apenas 288 casos, está tentando salvar vida de piloto britânico, que precisa de transplante de pulmão e já recebeu ofertas de voluntários



O Vietnã é um dos raros países que conseguiu conter a pandemia do coronavírus, com 288 casos e nenhuma morte registrada até agora. Mas a estatística surreal corre risco de mudar.


Um piloto britânico de 43 anos está internado no país com covid-19 e corre sério risco. Ele será submetido a um transplante de pulmão como última chance de salvação.


Nguyen Van Vinh Chau, diretor do Hospital de Doenças Tropicais de Ho Chi Minh (ex Saigon), onde o "paciente 91" do país está internado há quase dois meses sem responder a nenhum dos tratamentos, declarou esta semana que o homem está com fibrose nos pulmões e isso fez com que a função pulmonar reduzisse cerca de 90%. As equipes médicas decidiram então pela cirurgia, que será feita nos próximos dias.


A técnica já foi usada com sucesso na cidade chinesa de Wuhan, o ponto de origem da pandemia, com dois pacientes cujo dano pulmonar também era irreversível.


Ofertas de doação

Horas depois do anúncio, dois voluntários sem relação com o paciente se ofereceram para doar um de seus pulmões: uma mulher de 40 anos de Hanói e um veterano de guerra de 70 anos, que mora em Dak Nong, no centro do país, mas suas ofertas não foram consideradas devido a fortes restrições legais ao transplante de pulmão de pessoas vivas.


De acordo com a Agência de Notícias do Vietnã, a mulher afirmou que havia recebido muito apoio de outras pessoas durante sua vida e queria doar seu órgão "para espalhar amor aos necessitados", enquanto o ex-soldado o fazia por patriotismo.


"Estou muito orgulhoso da indústria médica do Vietnã, o governo fez um ótimo trabalho, ninguém é deixado para trás nesta pandemia, não há mortes neste país", disse o veterano. De acordo com o portal da agência Vietnamnet, ele ficou desapontado com a rejeição da oferta.


A resposta rápida dos voluntários é um sinal da determinação do governo e da população de salvar o paciente, cuja morte quebrará a impressionante estatística de zero mortes por coronavírus em um país que compartilha 1.400 quilômetros de fronteira com a China e teve o primeiro caso confirmado em 23 de janeiro.


O país não registra novos casos de coronavírus há 28 dias e dos 288 casos detectados, 252 são recuperados, incluindo uma mulher de 88 anos com vários problemas de saúde que recebeu alta há uma semana em Hanói, dois meses depois de internada e com diversas paradas cardíacas.


O caso da idosa foi o mais complicado, juntamente com o do piloto britânico da Vietnam Airlines, que é mantido vivo graças à máquina de oxigenação por membrana extracorpórea à qual está conectado desde 6 de abril. Os custos com o estrangeiro giram em torno dos 200 mil dólares, cerca de R$ 1,1 milhão.

O piloto recebeu a atenção da mídia desde o início, pois era o principal suspeito de ter desencadeado uma das maiores fontes de contágio do país, em um bar de Ho Chi Minh, onde 18 pessoas foram infectadas durante a noite de 13 de março.


Medidas de contenção

O Vietnã conseguiu conter a epidemia graças a sua ação desde o final de janeiro com medidas como o fechamento de escolas, a restrição de voos de locais de risco e quarentenas seletivas, bem como um sistema eficaz para rastrear possíveis infecções.


Apesar da opacidade habitual do regime comunista, médicos que trabalham ao lado das equipes vietnamitas destacaram que a transparência tem sido um dos pilares da estratégia e consideraram os números oficiais críveis.


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