Após reduzir salários no elenco principal masculino e suspender contratos de funcionários, o presidente admite não fazer mais ofertas por enquanto
Até pouco antes da pausa do futebol por conta da pandemia do coronavírus, o Palmeiras acreditava que poderia contratar o lateral-direito colombiano Daniel Muñoz, do Atlético Nacional. Mas, diante da crise econômica e decisões como redução dos salários do elenco principal masculino e suspensão de contrato de parte dos funcionários do clube, tudo para evitar demissões, já se fala abertamente que a torcida não deve esperar por mais reforços em 2020.
O Verdão adotou uma postura bem mais tímida no mercado, liberando atletas e contratando, até agora, apenas o lateral-esquerdo Matías Viña e o atacante Rony. O diretor de futebol Anderson Barros, esteve na Colômbia em 12 de fevereiro para fazer uma oferta de 2 milhões de dólares (R$ 8,7 milhões, na época) só por Muñoz, incluindo na proposta uma tentativa de acordo para a dívida de 3 milhões de dólares (R$ 16,3 milhões, atualmente) na compra de Borja. O Atlético Nacional recusou na época, e não deve ter mais negócio.
O Atlético Nacional se mostrou irredutível em liberar Muñoz sem acordo sobre a dívida por Borja, tanto que levou o caso à Fifa. O clube colombiano ainda ressaltou que a multa do lateral é de 7 milhões de dólares (R$ 38 milhões). As negociações pouco andaram desde fevereiro, apesar de o Verdão ter nutrido a esperança de tê-lo no segundo semestre. Assim, o Palmeiras conversará com a equipe somente sobre Borja, como deixou claro o presidente Maurício Galiotte.
- Neste momento, não cabe mais falar em contratação. O elenco do Palmeiras já conta com jogadores renomados. Precisamos sempre pensar que temos uma grande equipe, jogadores de nível de seleção, na base e no profissional - falou o mandatário à Fox Sports, na quinta-feira, em entrevista na qual também expôs a inviabilidade econômica para contratar os atacantes Hulk e Cavani. O Palmeiras definiu Daniel Muñoz como alvo após mapear o mercado, principalmente depois de vê-lo atuando na Florida Cup. O jogador de 23 anos, frequente na seleção, tem as características que Vanderlei Luxemburgo gostaria para alguém no setor, com velocidade, capacidade defensiva e chegada ao ataque, como faz Viña. Mas o treinador está ciente da situação financeira do clube e sabe que não deve contar com o colombiano em 2020.
Luxemburgo e o elenco foram atualizados frequentemente do estudo realizado no mês passado, para detectar o impacto financeiro da pandemia. Com a garantia de que ninguém seria demitido neste momento, houve acordo com os jogadores, envolvendo também o técnico, Anderson Barros e o gerente Cícero Souza, para redução de 25% dos salários de maio e junho registrados em carteira, com direitos de imagem de abril e maio parcelados até junho de 2021. Ainda prometendo manter os funcionários de todos os departamentos, o clube decidiu suspender os contratos de parte de seus profissionais, assegurando, porém, a manutenção do valor líquido de seus salários, recebendo ajuda do governo federal, além de cestas básicas e acesso ao plano de saúde. Não houve alteração nos pagamentos a atletas do time feminino e de esportes amadores.