Uma carta assinada por quase 50 entidades representantes de cadeias do agronegócio foi endereçada ao presidente da República, Jair Bolsonaro, e ao ministro de Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, solicitando apoio do governo federal para garantir o funcionamento da logística portuária nacional em meio à crise do coronavírus.
No documento, ao qual a Reuters teve acesso nesta quinta-feira, as associações pedem atenção especial ao Porto de Santos, “diante da ameaça de paralisação por parte do Sindicato dos Estivadores de Santos, São Vicente, Cubatão e Guarujá”.
Na hipótese de paralisação em Santos, maior porto da América Latina e principal rota de escoamento de diversos produtos agrícolas brasileiros, as entidades afirmaram que haveriam “elevadas chances de essa ação disparar processo em cadeia nos demais portos, destruindo empregos e afundando o país em um efeito dominó cujos prejuízos são incalculáveis neste momento”.
Apesar da ameaça dos estivadores, o Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Sopesp) e a assessoria de imprensa do Porto de Santos disseram nesta quinta-feira que as operações seguem normalmente.
O presidente do Sopesp, Regis Prunzel, participou de uma reunião na quarta-feira para tratar sobre o assunto e, segundo ele, os trabalhadores apoiaram a iniciativa de manter operações, com a expectativa da implementação de algumas medidas. Entre elas, ficou decidido a redução de aglomerações no perímetro do porto.
Em sua conta no Twitter, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que haverá “proteção máxima” para a continuidade das operações nos portos.
“Para minimizar os impactos do coronavírus no país e garantir a saúde da população, temos como missão a circulação e o abastecimento de insumos, mercadorias e itens básicos em todas as regiões”, disse Bolsonaro no post.
Um representante do Ministério da Infraestrutura não pôde comentar imediatamente quais outras medidas teriam sido tomadas.
Em pronunciamento nesta quinta, o governador paulista, João Doria, disse que o Ministério da Infraestrutura agiu prontamente para evitar que o porto fosse fechado.
“Fechar o maior porto do país seria um desastre do ponto de vista do abastecimento público...”, comentou Doria.