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ALERTA: Risco de recessão global aumenta com paralisação de economias



Há poucas semanas, expectativa era de que o mundo se recuperasse no 2º trimestre. Agora, debate muda para o tempo e profundidade da retração



Uma recessão global provocada pela pandemia de coronavírus se torna mais provável a cada dia com o aumento das restrições ao fluxo de bens, serviços e pessoas.


O presidente Donald Trump proibiu voos da Europa para os Estados Unidos, o governo da Itália ordenou o fechamento de quase todas as lojas, a Índia suspendeu a maioria dos vistos e a Irlanda paralisou parcialmente o país.


O Twitter se uniu a outras empresas e pediu que os funcionários trabalhassem em casa e a Associação Nacional de Basquete dos EUA suspendeu a temporada.

Embora esses anúncios tenham como objetivo conter o coronavírus, cada cidade em quarentena, voo cancelado, evento esportivo suspenso e conferência adiada afetarão a demanda neste trimestre e, talvez, por mais meses. As compras motivadas por pânico de consumidores podem ser seguidas por meses de cautela com gastos.


Investidores soam o alarme de que os governos não estão fazendo o suficiente, com forte queda das ações globais e estresse nos mercados de crédito, o que piora as perspectivas econômicas.


O vírus “abalou a economia global e rapidamente se transformou em deslocamento nos mercados financeiros”, disseram economistas da equipe do Morgan Stanley liderada por Chetan Ahya em relatório a clientes, no qual alertaram para um “risco crescente” de recessão global.


“A necessidade do momento é uma resposta rápida e significativa das autoridades de saúde pública, monetárias e fiscais”, disseram.


Há poucas semanas, a expectativa era de que a economia mundial seguisse uma trajetória em forma de V – forte queda no crescimento no primeiro trimestre, seguida por recuperação no segundo trimestre. Agora, o maior choque econômico desde a crise financeira de 2008 aumenta o risco de uma recessão global, e o debate muda para o tempo e profundidade da retração.


A China pode registrar a primeira retração trimestral em décadas. Nos EUA, um modelo da Bloomberg Economics sugere 53% de chance de que a expansão de 11 anos termine dentro de 12 meses.


As economias do Japão, Alemanha, França e Itália já estavam encolhendo ou estagnadas antes do surto do vírus, e o Reino Unido cambaleia em meio à incerteza do Brexit.


À medida que o vírus se espalha, cresce a ameaça de um fenômeno que os economistas chamam de “feedback loop” – um ciclo vicioso em que um país que começa a se recuperar internamente sente o impacto da demanda reduzida no exterior com a retração em outras nações, prolongando a crise.


Na Pacific Investment Management, o consultor econômico global Joachim Fels diz que os EUA e a Europa enfrentam a “possibilidade distinta” de recessão. O ex-secretário do Tesouro dos EUA, Larry Summers, colaborador da Bloomberg News, diz que o coronavírus pode ser a crise mais séria do século até agora e coloca as chances de uma recessão nos EUA em 80%.

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