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MUNDIAL: EUA bombardeiam talibãs pela 1ª vez após assinatura de acordo



Ataque foi confirmado pelo porta-voz das tropas americanas no Afeganistão, que alegou que talibãs estavam atacando postos de controle



As tropas americanas mobilizadas no Afeganistão bombardearam combatentes talibãs nesta quarta-feira (4) para defender as forças de segurança afegãs, o primeiro ataque desde que o governo do presidente Donald Trump e os insurgentes assinaram, no sábado (29), um acordo histórico que prevê a retirada das forças dos Estados Unidos do país.


O porta-voz das forças americanas no Afeganistão, coronel Sonny Leggett, informou no Twitter que hoje "os EUA realizaram um bombardeio aos combatentes talibãs que estavam atacando um posto de controle" das forças de segurança afegãs na província de Helmand, no sul do país.


"Este foi nosso primeiro bombardeio contra o Talibã em 11 dias", disse Leggett, enfatizando que foi uma ação "defensiva" para "interromper" o ataque dos insurgentes.


O porta-voz lembrou que "só no dia 3 de março os talibãs realizaram 43 ataques aos postos de controle das forças de segurança afegãs em Helmand". Os insurgentes afirmaram que estavam lutando para "libertar o Afeganistão das tropas internacionais", uma retirada que já havia sido definida no acordo de sábado.


Proteção das tropas talibãs

"Os líderes talibãs prometeram à comunidade internacional que reduziriam a violência e não aumentariam os ataques. Pedimos aos talibãs para que parem com os ataques desnecessários e honrem os seus compromissos. Como temos demonstrado, defenderemos os nossos parceiros quando necessário", frisou Leggett.

No entanto, o porta-voz baixou o tom da mensagem em uma nova publicação nas redes sociais.


"Para ser claro, estamos comprometidos com a paz, mas temos a responsabilidade de defender os nossos parceiros das forças de segurança afegãs. Os afegãos e os EUA honraram os seus acordos, no entanto, os Talibãs parecem estar dispostos a desperdiçar esta oportunidade", argumentou.


O bombardeio vem após o presidente dos EUA, Donald Trump, dizer que teve uma "boa conversa" com um dos líderes talibãs, Mullah Abdul Ghani Baradar, na qual ambos concordaram que "não haverá violência" após a assinatura histórica do acordo em Doha, no Catar.


Violência dos talibãs

Os talibãs, no entanto, já tinham confirmado na terça-feira que o período de redução da violência acordado com os americanos antes da assinatura do acordo em Doha no último fim de semana havia terminado.


O acordo, que prevê uma retirada escalonada das tropas americanas ao longo de 14 meses e um compromisso dos talibãs de não permitir que o solo afegão seja utilizado contra outros países, abriu as portas para conversas entre o grupo armado e o governo afegão para encerrar a guerra.


Os talibãs culparam o governo afegão por esse aumento da violência, referindo-se aos comentários do presidente, Ashraf Ghani, sobre a libertação dos prisioneiros do grupo.


Ghani disse no domingo, um dia após a assinatura do acordo, que seu governo não prometeu libertar 5.000 prisioneiros talibãs, algo que, segundo os insurgentes, havia sido combinado com os americanos.


O governo afegão argumentou que a libertação dos prisioneiros pode ser discutida nas conversas que serão realizadas entre o Talibã e as autoridades.

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