São cumpridos 14 mandados de prisão preventiva e 13 mandados de busca e apreensão em Boa Vista, Guarulhos, São Paulo e Tauaracá
A Polícia Federal deu início nesta sexta-feira (7) à Operação Lâmpades, que tem o objetivo de desarticular o braço feminino de uma facção criminosa que coordenaria a atividade de mulheres na região norte do país. São cumpridos 14 mandados de prisão preventiva e 13 mandados de busca e apreensão nos municípios de Boa Vista (Roraima), Guarulhos e Capital Paulista (São Paulo) e Tauaracá (Acre).
Os mandados foram expedidos pela Vara de Entorpecentes e Organizações Criminosas da Justiça Estadual em Roraima, após representação da Autoridade Policial pelas medidas e manifestação favorável do Ministério Público Estadual.
De acordo com o inquérito policial, as mulheres da facção, que comporiam uma ala feminina específica dentro do grupo, atuavam com mais volume e intensidade para a organização criminosa na prática de diversos delitos.
Segundo a polícia, elas estariam atuando em áreas "estratégicas" do grupo, como controle e guarda de drogas e armas, relacionamento entre presos com suspeitos de fora e, inclusive, a indicação de membros para outros setores. Também teria sido observado o possível envolvimento de suspeitas com "tribunais do crime".
Diligências policiais apuraram que as mulheres eram vistas pelo grupo como menos expostas aos riscos da prática de crimes, por isso exerciam papéis de maior relevância na facção.
Segundo a PF, uma das suspeitas, que está cursando Direito e teria como função estabelecer o relacionamento entre criminosos dentro e fora dos presídios, estaria defendendo interesses de membros da facção junto a entes públicos relacionados à execução de sentenças e ao dia-a-dia prisional, como a busca pelo cumprimento de supostas "garantias a direitos humanos". Pelos serviços, a suspeita receberia uma remuneração da facção e o pagamento da faculdade.
Toda a ala feminina da região norte seria coordenada por duas foragidas a partir do estado de São Paulo, com mandados de prisão expedidos por roubo e tráfico de drogas.
As investigadas poderão responder por participação em organização criminosa, uso de armas, tráfico de drogas e associação ao tráfico. Se condenadas, as penas podem ultrapassar os 25 anos de prisão.
O nome da operação é uma referência à mitologia grega: Lâmpades seriam ninfas (espíritos femininos) que habitariam o reino dos mortos, vagando pelo submundo.