Ex-sinaleira diz ter feito três pedidos no INSS, mas todos foram negados. Ela diz que precisa do benefício, pois a filha fica em casa para ajudá-la na alimentação e banho
A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves (foto em destaque), usou as rede sociais para dizer que vai procurar a mulher que teve o benefício do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) rejeitado por não ter condições de assinar os documentos necessários que garantem o benefício.
A mulher chama-se Cleomar Marques, e ela não possui braços e pernas. O caso aconteceu em Porto Velho (RO).
“Uma servidora puxou os papéis e perguntou: ‘quem vai assinar? Você assina?’. Eu disse que não podia assinar, mas sim a minha filha ou minha mãe. A mulher então olhou e disse: ‘ah, então não vale’. Daí ela pegou, rasurou o papel e jogou fora”, afirma.
Ao tomar conhecimento do caso, Damares reagiu imediatamente nas redes sociais. No Twitter, ela respondeu uma publicação do Movimento Brasil Livre (MBL) que repercutiu a situação.
Em resposta, a ministra escreveu: “Amanhã [hoje, 23/1] já vamos atrás dela”, disse.
O relato de Cleomar
Na entrevista, que divulgou a situação, Cleomar disse que trabalhou por muitos anos como sinaleira em uma das usinas de Porto Velho. Ela relata que passou a sentir fortes dores no estômago, sendo encaminhada várias vezes para uma unidade de atendimento hospitalar.
Após várias tentativas para descobrir o que de fato estava acontecendo, Cleomar pediu para ser internada no pronto socorro do Hospital João Paulo II.
Foi então que os médicos decidiram operar a paciente. Após a cirurgia, Cleomar entrou em coma, teve infecção generalizada e os membros foram necrosando. Quando acordou não tinha mais os membros inferiores e superiores.
“Quando eu acordei eu já estava assim [amputada]. Abriram tudo em mim, mas eu não vi nada. Só lembro de entrar na sala de cirurgia”, diz.