Dos maiores times de São Paulo, apenas o Corinthians investiu em reforços. Campeão da Série B, Red Bull Bragantino surge como candidato ao título
O Campeonato Paulista começa nesta quarta-feira. Apesar da justificativa de que o torneio é forte, com os clubes do interior mais estruturados em relação aos pequenos de outros estados, o que se vê ano a ano é um domínio dos chamados grandes: Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo.
Nas últimas vinte edições do estadual, apenas uma equipe do interior conseguiu frear a hegemonia dos times de maior tradição e poder econômico. E foi o Ituano, em duas oportunidades. Primeiro em 2003, ano em que os grandes não disputaram o estadual, participando apenas do Super Campeonato Paulista, quando o São Paulo foi campeão, e também em 2014, quando aí sim foi melhor que os rivais, com direito a vitórias na fase de mata-mata para cima de Palmeiras e Santos.
E por falar em Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo, o início de 2020 está sendo bastante atípico para eles. Dos quatro, apenas o Corinthians investiu em novos reforços. O atual tricampeão estadual, mas que passa por uma grande transformação com a chegada do técnico Tiago Nunes, contratou jogadores como o volante colombiano Cantillo e também o meia-atacante Luan, que chegam para ser titulares absolutos da equipe.
Porém, se houve certa agitação no mercado do clube do Parque São Jorge, nos outros três, tudo foi devagar. O Palmeiras, tido como o em melhor situação financeira dos quatro, até agora contratou apenas o técnico Vanderlei Luxemburgo, mas, ao contrário dos últimos anos, não investiu em nenhum jogador por enquanto. No Santos, os dois reforços confirmados, Raniel e Madson, chegaram através de trocas, sem o clube ter que gastar.
Enquanto isso, o São Paulo até teve que abrir os cofres, mas apenas para garantir a permanência de jogadores que já estavam em seu elenco, casos do goleiro Tiago Volpi e o lateral Igor Vinícius.
Se a realidade nos times grandes é de gastar pouco, em Bragança Paulista, há pouco menos de 100 km da capital, o cenário é totalmente outro. Menos de um ano após a parceria firmada com a Red Bull, o Bragantino, campeão da Série B em 2019, parece estar mais forte do que nunca. Apenas em 2020, foram gastos cerca de R$ 50 milhões em jogadores como o atacante Alerrrandro, 19, que estava no Atlético-MG, o zagueiro Leo Realpe, 18, do Independiente del Valle-EQU, o atacante Artur, 21, que pertencia ao Palmeiras, o lateral Luan Cândido, 18, também revelado no Alviverde, mas que estava no RB Leipzig, e também o meia Thonny Anderson, 22, do Grêmio.
O que há de comum entre todos eles, além da grande qualidade técnica, está o fato de serem muito jovens, podendo ainda despontar e se transferir para o futebol europeu por um valor ainda maior ao que foi investido.
Além disso, os atletas chegam em uma base já consolidada, sem grandes baixas, além do técnico Antônio Carlos Zago, no time que fez a melhor campanha na primeira fase no estadual de 2019 e também do título da Série B. Porém, não sabemos se isso é o suficiente para bater os grandes.
Outros times 'pequenos' Fora o Red Bull Bragantino, as outras equipes de menos tradição não devem ameaçar tirar o título de Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo. Entre todos eles, a receita é basicamente a mesma, apostando em jogadores já consagrados, mas atualmente veteranos e sem a mesma qualidade de outrora. Exemplos disso são o atacante Thiago Ribeiro, campeão mundial pelo São Paulo, e que em 2020 atuará no Novorizontino, o meia Camilo, que brilhou por Botafogo e Chapecoense e atuará pelo Mirassol, Apodi, contratado pela Ponte Preta e o goleiro Fernando Henrique, ex-Fluminense, novo reforço do Santo André.