Depois de um início em que poderia ter devastado a equipe adversária, a seleção de André Jardine se enerva e quase leva o empate no finalzinho
Enfim a ganhadora de uma medalha de ouro no Futebol dos Jogos do Rio, em 2016, a seleção do Brasil principiou neste domingo, dia 19 de Janeiro, a sua jornada de qualificação ao evento de Tóquio, no Japão, programado para acontecer entre 24 de Julho e 9 de Agosto. Trata-se da 13ª edição do torneio Pré-Olímpico da América do Sul, exclusivo para atletas de até 23 de idade.
Na busca de uma das duas vagas da América do Sul, e do seu bi tão desejado, a “Canarinho” do País, dirigida por André Jardine, no Estádio Centenário de Armênia, na Colômbia, bateu por 1 X 0 a sua adversária do Peru e assumiu, ao lado do Uruguai, que superou o Paraguai, idem 1 X 0, a liderança do Grupo B da competição. No Grupo A, que ainda inclui a Venezuela, também somam 3 pontos o Chile e a Argentina, que respectivamente sobrepujaram o Equador e a Colômbia, 3 X 0 e 2 X 1, na noite do sábado anterior, dia 18.
A Colômbia abriga o certame em três cidades: Armênia, Bucaramanga e Pereira. Até o dia 31, no Grupo A e no Grupo B, se sucederão os cotejos dos cinco integrantes de cada, em turnos completos. Obterão a classificarão os dois melhores de ambos, os quais, de 3 a 9 de Fevereiro, batalharão num quadrangular, todos contra todos. Viajarão a Tóquio apenas o campeão e o vice.
Daqui, da América do Sul, o Uruguai abiscoitou o ouro em duas ocasiões (Paris/1924 e Amsterdam/1928). E a Argentina, em outras duas (Atenas/2004 e Pequim/2008). Além do seu galardão no Rio, o Brasil já colecionou três medalhas de prata (em Los Angeles/1984, em Seul/1998 e Londres/2012), e mais duas de bronze (Atlanta/1996 e Pequim/2008). O ouro carioca veio diante da Alemanha, 5 X 4 nos pênaltis, depois de 1 X 1 em 120 minutos.
Estádio bonito, o Centenário de Armênia, 20.716 lugares numa cidade com cerca de 350.000 habitantes. Datado de 1988 mas inteiramente reformulado para o Pré-Olímpico, não acolheu mais do que 8.000 “hinchas”, torcedores, em 20.716 lugares. Menos gente para padecer com a incrível incapacidade de os pupilos de Jardine transformarem em gols o seu impressionante predomínio. Marcoaram 1 X 0, só aos 43’, passe em profundidade de Bruno Guimarães (Athletico/PR) que Paulinho (Bayer Levekusen/Ale) arrematou. Poderiam, no entanto, atingir o intervalo com um placar devastador de quatro ou cinco.
Claro, na medida em que o tempo se arrastou e o segundo tento do Brasil não apareceu, o Peru se acendeu, passou a crer numa surpresa e assustou o favorito com lampejos de coragem. Destaque primordial no comando da “Canarinho”, o excelente Bruno Guimarães se ressentia da irregularidade de Pedrinho (Corinthians), de Antony (São Paulo), ou da ausência inesperada de Matheus Cunha (R.B. Leipzig da Alemanha), o artilheiro do elenco, acometido de um mal gastrointestinal na madrugada anterior e substituído pelo estático e apagadérrimo Yuri Alberto (Santos) - perdão, um inútil no gramado.
Apenas aos 71’ Jardini se lembrou de que dispunha, no seu banco, do precioso Reinier, que o Flamengo acaba de negociar com o Real Madrid por quase R$ 140 milhões, e o colocou no lugar de Pedrinho. Perigosamente tarde pois o Peru, assanhado, obrigava o Brasil a torcer pelo relógio. E para que Maycon (ex-Corinthians, hoje no Shakhtar da Ucrânia), cumprisse um mínimo do que Yuri Alberto não havia proporcionado. Aos 90’, numa distração terrível do ótimo beque Robson Bambu, a um mero metro da meta, na cara do perplexo arqueiro Ivan, Olivares perdeu a chance de igualar. Que o Brasil, agora, dia 22, em Pereira, não se angustie tanto contra ... é, isso mesmo, o Uruguai.