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CIRCUITO PET: Miado dos gatos pode ter sotaque diferente dependendo da região em que vivem




Segundo a professora os gatos não podem miar em diferentes idiomas como os humanos, mas é bem provável que os miados tenham “sotaques” regionais



O miado de um gato de uma zona rural é diferente de um gato nascido na cidade, por exemplo, um felino nascido em São Paulo mia diferente do animal do Rio de Janeiro ou de qualquer outro Estado? De acordo com o projeto “Meowsic”, pioneiro dentro da comunicação homem-gato, coordenado pela professora de fonética da Universidade de Lund (Suécia), Susanne Schotz, os miados podem variar de acordo com o País em que os gatos vivem ou até mesmo conforme regiões diferentes de um mesmo País.


Essa diferença de miado teria, inclusive, relação com a linguagem da população humana com a qual os gatos convivem. O estudo, com duração de cinco anos, deve ser concluído até 2021 e já causa impacto na mídia e entre os amantes de gatos. As várias fases do “Meowsic” podem ser acompanhadas pelo blog do projeto.


Segundo a professora os gatos não podem miar em diferentes idiomas como os humanos, mas é bem provável que os miados tenham “sotaques” regionais. “Os gatos podem adaptar seus sons aos humanos com quem convivem para serem melhor entendidos e, talvez, até mesmo emprestarem alguns padrões melódicos da fala de seus tutores. Não é impossível que algumas das características de sotaque ou dialeto da fala humana estejam incluídas na vocalização do gato também. Então, alguns gatos podem miar um pouco diferente, dependendo da língua de seus tutores”, revela.


Conforme o estudo, a maioria dos gatos compartilha o mesmo repertório vocal: podem miar, ronronar, rosnar, assoviar e assim por diante. “No entanto, os gatos podem variar seus sons de várias maneiras (o tom e a melodia, ou os sons de vogais e consoantes que eles utilizam em um miau, por exemplo) para melhor expressar suas necessidades, desejos e intenções”, comenta a pesquisadora.


O projeto estuda a prosódia, ou seja, como a melodia (entonação), ritmo e o estilo da fala – tanto na vocalização humana quanto nas vocalizações dos gatos – influenciam a comunicação vocal que os pequenos felinos estabelecem com seus tutores. Mas, qual a utilidade de um estudo sobre os “sotaques” felinos? A docente responde: “Os resultados podem levar a uma melhor qualidade de vida para os gatos e outros animais de companhia. Entender as estratégias vocais utilizadas por humanos e gatos na comunicação homem-gato terá profundas implicações para nossa compreensão de como nos comunicamos com nossos animais e tem o potencial de melhorar a relação entre animais e humanos em vários campos, incluindo terapia animal, Medicina Veterinária e abrigo de animais.


Se entendermos a variação nos sons de gatos, poderemos perceber se ele está amigável, agressivo, assustado, estressado ou até mesmo se está com dor”, diz Susanne.


Ela explica que gatos selvagens, geralmente, não têm necessidade de continuar miando na idade adulta. Eles utilizam predominantemente sinais visuais e olfativos, limitando os sinais vocais. Tendem a se comunicar apenas em três contextos básicos: mãe-prole, sexual e territorial. Mas os gatos domésticos formam laços sociais com outros gatos e continuam miando depois de crescidos para chamar atenção dos humanos. “Eles aprenderam que as pessoas são muito sensíveis e respondem rapidamente diante um miado. Aprendi muito sobre as personalidades e estados mentais dos meus gatos observando seus padrões de comunicação. A diferença está, principalmente, na entonação, qualidade da voz e intensidade. Isso ajudou a entender quando meus gatos estão contentes, estressados ou ansiosos”, explica.



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