Em entrevista a uma rádio, Fauzi disse que pretende se entregar no fim do mês
O Itamaraty já entrou em contato com autoridades russas para começar os trâmites do pedido de extradição do economista e empresário carioca Eduardo Fauzi Richard Cerquise, de 41 anos, acusado de ser um dos responsáveis pelo ataque a produtora de filmes Porta dos Fundos, no Humaitá, na semana do Natal. Fontes do Itamaraty afirmam que emissários brasileiros tiveram um encontro com diplomatas russos na segunda-feira. A extradição deverá sair nos próximos dias. Em entrevista a uma rádio, Fauzi disse que pretende se entregar no final do mês.
O pedido de extradição exige a decretação da prisão ou uma condenação de pena privativa de liberdade pela Justiça. O empresário tem um pedido de prisão feito pela Polícia Civil do Rio no dia 30 de dezembro. Entretanto, ele está em Moscou, na Rússia, na casa da namorada.
Fauzi diz que soube da solicitação de um pedido de prisão e decidiu ir para a Rússia no dia 29 de dezembro. Para a Justiça brasileira Fauzi é considerado foragido. O empresário tem uma passagem de volta comprada para o dia 29 de janeiro.
Após receber a solicitação do magistrado responsável pelo caso, o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI) - do Ministério da Justiça - analisou o pedido da documentação de extradição.
Segundo fontes, o pedido estava compatível com a lei de extradição, e o Ministério da Justiça encaminhou o pedido ao Itamaraty, responsável por formalizar o pedido às autoridades da Rússia.
Em entrevista à Rádio BandNews FM, o empresário disse que foi à Rússia passar o Natal com o filho. Segundo o empresário, a viagem já estava programada, e ele pretende se entregar às autoridades brasileiras no final do mês. No entanto, o suspeito diz que se sentir inseguro não irá cumprir com o prometido. Na última semana, osuspeito do ataque entrou com um pedido de asilo político na Rússia.
Para Fauzi o ataque à produtora de filmes Porta dos Fundos “foi mais que justa” e que o bando “se preparou”.
— A gente tem uma ofensa real ao sentimento palpável. A resposta foi mais do que justa. Foi preparada para isso. Estou pronto para abraçar as consequências do homem que eu sou. Eu estou lendo o ambiente, eu estou lendo a situação a distância. Se eu sentir que minhas seguranças pessoais e físicas estão em perigo, eu vou optar por não me apresentar neste momento, mas, em princípio, os meus planos são realmente estar retornando dia 30 de janeiro — disse em entrevista.
Segundo a rádio, Fauzi foi indagado sobre sua participação direta no ataque e na compra dos materiais. Entretanto, o acusado preferiu não responder, sob a justificativa de ser uma estratégia da defesa.