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GIRO ESPORTIVO: Gustavo Henrique chega ao Fla como zagueiro-artilheiro




Defensor era meia na infância, recuou para a defesa devido à altura e já superou cirurgia nos dois joelhos. Ex-técnico dele na base e profissional afirma: "Tem condições de brigar pela titularidade"



O Flamengo venceu a concorrência de outros clubes brasileiros, do México e até do Japão para fechar a contratação de Gustavo Henrique, vice-campeão brasileiro pelo Santos e anunciado oficialmente pelo Rubro-Negro na última sexta-feira. O clube já o monitorava há tempos e foi o primeiro a apresentar uma proposta ao zagueiro, que surgiu como grande promessa na Vila Belmiro, precisou superar cirurgias nos dois joelhos e, do alto de seu 1,95m de altura, é especialista nas bolas aéreas.


Gustavo chega ao Flamengo como zagueiro-artilheiro: desde que subiu para o profissional, ele já fez 13 gols, a maioria de cabeça (veja todos no vídeo acima). O defensor tenta com a diretoria do Santos conseguir a sua liberação para poder participar da pré-temporada no novo clube, já que ele ainda tem vínculo com o Peixe até 31 de janeiro. Os titulares rubro-negros se reapresentam dia 22.


Aos 26 anos e vivendo sua melhor fase na carreira, Gustavo Henrique chega para disputar posição de titular na zaga rubro-negra com Rodrigo Caio e Pablo Marí, que acabaram a última temporada absolutos no time. Com o fim de seu contrato, Rhodolfo deve deixar o Flamengo. As outras opções para a posição são todas formadas nas categorias de base do clube: Thuler, Dantas e Rafael Santos.


De meia a zagueiro que parou Luis Fabiano e Ronaldinho Gaúcho

De origem humilde, Gustavo se mudou ainda na infância de São Paulo para Salvador, onde ajudava o pai em uma barraca de praia e a mãe a vender cachorro-quente na rua. Foi em outro clube rubro-negro que o garoto começou a realizar o sonho de ser jogador: o Vitória. Só que o início foi em outra posição.


Ele jogou como meia até os 12 anos, quando acabou recuado para a defesa por conta de sua estatura, que já se destacava dos demais. E foi assim que virou uma espécie de "discípulo" do seu ídolo David Luiz. O zagueiro do Arsenal, da Inglaterra, também começou a carreira no Vitória e jogava como volante antes de ir para a zaga.


Após chamar a atenção do Santos, Gustavo Henrique chegou aos 14 anos à Vila Belmiro, onde ficaria mais 13. Destaque na base e campeão da Copinha em 2013, o zagueiro foi promovido para os profissionais no mesmo ano e virou titular com o técnico Claudinei Oliveira. Logo nos primeiros jogos, teve a missão de marcar Luis Fabiano e Ronaldinho Gaúcho. Cumpriu à risca.


Anulou o atacante no clássico no Morumbi, que terminou com vitória do Santos por 2 a 0 sobre o São Paulo, e ajudou a parar o meia, que vivia ano mágico no Atlético-MG, no triunfo por 1 a 0 na Vila Belmiro. Dois jogos, nenhum gol sofrido e muita moral: logo em seu primeiro ano de profissional, o garoto chegou a barrar o experiente e veterano Durval.


Com passagens pelas seleções de base, Gustavo sempre foi tratado como joia, mas conviveu com lesões graves que atrapalharam sua sequência. Ele teve uma ruptura do ligamento cruzado anterior do joelho direito em 2014 e rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo em 2016. Nos dois casos, precisou de cirurgia e longos meses de recuperação.


Em 2017, temporada em que disputou apenas duas partidas, o zagueiro fez novo procedimento: uma artroscopia no joelho esquerdo. Zerado das lesões há dois anos, Gustavo Henrique agora tentará engatar no Flamengo. Ouvimos quem acompanhou o defensor de perto no Santos para apresentar suas características e entender o que levou o Rubro-Negro a apostar nele:


Claudinei Oliveira, técnico de Gustavo na base e profissional:

"Trabalhei um pouquinho com o Gustavo em 2009, num período curto em que fui auxiliar do sub-17 antes de assumir o sub-15. Depois, de 2010 a 2013, trabalhei direto com ele. É um jogador muito firme, bom posicionamento, ótimo jogo aéreo. Apesar de ser bem alto não é lento, isso chamava atenção. Sempre teve agilidade e trabalhou muito isso, com trabalho de mudança de direção.


Acho que ele evoluiu bastante em relação à saída de jogo. Está com confiança para jogar, iniciar com passes de ruptura de linha. Não é aquele zagueiro que só toca de lado, ele começa a construir a jogada desde o primeiro terço do campo. E ganhou experiência, maturidade. Acho que tem condições de brigar pela titularidade no Flamengo, que está bem servido de zagueiros.


Não sei o que estão vislumbrando, talvez já estejam com possibilidade de negociar o Rodrigo Caio e por isso já queiram ter o Gustavo ali. Mas ele pode brigar em igualdade tanto com o Pablo Marí quanto com o Rodrigo Caio. E joga dos dois lados, que é outra coisa positiva nele. Acho que o Flamengo fez uma baita contratação. Espero e desejo que ele tenha muito sucesso, como teve no Santos".


Bruno Giufrida, setorista do Santos no GloboEsporte.com:

"Eu acompanhei o Gustavo Henrique desde o começo, quando estava na base e foi campeão da Copinha. Ele estava surgindo e sempre foi visto como uma grande promessa. Inclusive no começo, mesmo com idade sub-20, já revezava com o profissional. Teve algumas lesões no joelho, e isso atrapalhou um pouquinho o início da carreira dele. Quando ia embalar, acabava tendo lesão e não se firmava.


Acho que ele evoluiu bastante em relação à saída de jogo. Está com confiança para jogar, iniciar com passes de ruptura de linha. Não é aquele zagueiro que só toca de lado, ele começa a construir a jogada desde o primeiro terço do campo. E ganhou experiência, maturidade. Acho que tem condições de brigar pela titularidade no Flamengo, que está bem servido de zagueiros.


Não sei o que estão vislumbrando, talvez já estejam com possibilidade de negociar o Rodrigo Caio e por isso já queiram ter o Gustavo ali. Mas ele pode brigar em igualdade tanto com o Pablo Marí quanto com o Rodrigo Caio. E joga dos dois lados, que é outra coisa positiva nele. Acho que o Flamengo fez uma baita contratação. Espero e desejo que ele tenha muito sucesso, como teve no Santos".


Bruno Giufrida, setorista do Santos no GloboEsporte.com:

"Eu acompanhei o Gustavo Henrique desde o começo, quando estava na base e foi campeão da Copinha. Ele estava surgindo e sempre foi visto como uma grande promessa. Inclusive no começo, mesmo com idade sub-20, já revezava com o profissional. Teve algumas lesões no joelho, e isso atrapalhou um pouquinho o início da carreira dele. Quando ia embalar, acabava tendo lesão e não se firmava.

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