A defesa pretende cancelar a as denúncias de 45 das 48 vítimas sob argumento de que os crimes teriam prescrito
A defesa de João de Deus vai recorrer diretamente ao Tribunal de Justiça de Goiás para tentar reverter a condenação do médium a 19 anos e 4 meses de regime fechado. A própria defesa descarta, no entanto, a possibilidade de João de Deus ser solto antes do fim do recesso do judiciário, no dia 20 de janeiro.
A defesa pretende cancelar a as denúncias de 45 das 48 vítimas sob argumento de que os crimes teriam prescrito, uma vez que essas mulheres não tinham representado o caso na Justiça em até seis meses do fato.
— Existem várias linhas de defesa, mas há um ponto nesse caso, que precisa ser analisado pelo tribunal. Nos crimes dos quais João está sendo acusado e sobreveio a sentença, eles anteriormente necessitavam da representação da vítima em até seis meses para iniciar a ação penal, e em nenhum desses casos houve essa representação. Então isso impede o prosseguimento da ação — argumenta o advogado de defesa Anderson Van Gualberto. — Entendemos também que não houve estupro como está sendo denunciado.
Em entrevista coletiva nesta quinta-feira, no entanto, a juíza Rosângela Rodrigues, responsável pelo caso, afirmou que já havia excluído das denúncias nove vítimas com esse perfil e que, por isso, não se enquadravam nos critérios para prosseguir na denúncia.
O médium foi condenado nesta quinta-feira por crimes que envolvem quatro vítimas, duas por violação sexual mediante fraude e duas por estupro de vulnerável. Duas vítimas são do Distrito Federal, uma de São Paulo e uma de Goiás.
A defesa insisitirá ainda no pedido para que João de Deus cumpra pena em casa. Segundo o advogado do líder espiritual, ele está "morrendo aos poucos".
— Reiteramos mais uma vez o estado de saúde dele que é lastimável. Ele está de cadeira de rodas, perdendo massa muscular. São doenças da própria idade que, somadas ao ambiente do cárcere, têm catalisado esse processo de morte a que estamos assistindo lentamente.