Tribunal Antiterrorista julgou o militar culpado de traição e subversão da Constituição por impor estado de emergência para prender opositores
O ex-ditador do Paquistão Pervez Musharraf foi condenado à morte pelo Tribunal Antiterrorista do país nesta terça-feira (17), que considerou o militar culpado pelos crimes de alta traição e subversão da Constituição.
Musharraf, que assumiu o poder em um golpe de 1999 e depois governou como presidente, vive em auto-exílio em Dubai, nos Emirados Árabes, e não estava presente ao julgamento.
O caso de alta traição começou em 2013, quando Musharraf foi acusado de impor o estado de emergência e decretar a prisão de dezenas de juízes pelo governo do então primeiro-ministro Nawaz Sharif, governante do qual Musharraf tomou o poder em um golpe de Estado em 1999.
Após voltar ao poder em 2013, o governo de Sharif proibiu a saída de Musharraf do país com a denúncia de alta traição.
Musharraf governou Paquistão por 9 anos
Em 2008, o partido de Musharraf perdeu as eleições, as primeiras realizadas desde 1999 quando ele tomou o poder em um golpe de Estado.
Ao longo de seu período de ditadura, Musharraf foi considerado pelos EUA um dos principais aliados no combate ao terrorismo.
Musharraf vive em Dubai desde 2016, quando a Suprema Corte do Paquistão devolveu a ele o passaporte, permitindo que ele fosse para os Emirados Árabes para um tratamento de saúde.
Não protegeu Benazir Butho
Além do caso pelo qual foi condenado, o ex-militar enfrenta várias acusações, como a de não ter protegido a vida da ex-primeira-ministra Benazir Bhuto, assassinada em 2007.
O militar ocupou a presidência do país entre 2001 e 2008, ano em que se viu obrigado a deixar o país. Musharraf argumenta que as acusações consistem em perseguição política.