As processadoras de alimentos do Brasil deverão aumentar as exportações de carne de porco e frango em 2020, com a forte demanda da China persistindo enquanto o país asiático lida com graves problema na oferta, previu nesta quinta-feira a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
Embora o surto de peste suína africana afete os suprimentos de carne suína da China e em outros países asiáticos, uma queda na produção desse tipo de proteína impulsiona a demanda por outras carnes, incluindo frango, disse a ABPA.
A associação prevê que as exportações brasileiras de carne suína possam crescer ao menos 15% no próximo ano, para 850 mil toneladas, e os embarques de carne de frango deverão aumentar para 4,5 milhões de toneladas, alta de 7% em relação à previsão para 2019.
A doença que afeta o plantel de porcos na China reduziu a produção de carne suína em 13 milhões de toneladas em 2019, segundo projeções do Rabobank citadas pela ABPA.
O país, maior produtor e consumidor de carne suína, precisará de cerca de cinco anos para restaurar suprimentos após o surto da doença, que é inofensiva para os seres humanos, mas fatal para os animais, disseram os executivos da ABPA.
As projeções corroboram os efeitos duradouros do problema sanitário na China.
Entre janeiro e novembro, o Brasil aumentou as exportações de carne suína para a China em 51%, para 218 mil toneladas, de acordo com dados da ABPA.
As exportações de carne de frango para a China aumentaram 28% no período, para 513 mil toneladas.
2019
A ABPA ainda elevou sua projeção para as exportações de carne suína do Brasil em 2019 para 740 mil toneladas, ante previsão de 700 mil a 720 mil em agosto, versus 646 mil toneladas exportadas em 2018.
A exportação de carne de frango em 2019 deve atingir até 4,2 milhões de toneladas, ante 4,3 milhões na previsão de agosto e 4,1 milhões registradas em 2018.