Ao todo, 38 pessoas viajavam na aeronave Hercules C-130, com destino à Antártica
Parentes dos passageiros do Hercules C-130 , avião militar chileno que desapareceu na segunda-feira enquanto voava com destino à Antártica , receberam a notícia de que restos mortais foram encontrados na área onde equipes realizam buscas pela aeronave. Na noite desta quarta-feira, a Força Aérea do Chile e a Marinha do Brasil já haviam informado que destroços que poderiam ser do avião e itens pessoais foram encontrados na mesma região.
Partes de corpos foram achadas boiando ao sul da última posição registrada do avião, antes que a aeronave perdesse comunicação com a base, quando sobrevoava a Passagem de Drake. A informação foi confirmada pelo prefeito de Magallanes, José Fernandéz, em um comunicado oficial. Ele ressaltou ainda que o presidente chileno, Sebastian Piñera, pediu que as autoridades locais acompanhassem os parentes das vítimas e lhes oferecessem todo o apoio necessário.
Ximena Hartsock, cunhada do segundo sargento Cristián Venegas Godoy, um dos passageiros do Hercules C-130, fez uma publicação no Twitter após receber a atualização sobre o caso.
"Nossas famílias foram informadas de que encontraram partes de corpos humanos no mar. Não temos mais esperança de sobreviventes. Momento muito difícil para nós. Espero unir o país em homenagem às vítimas. Meu cunhado descansa em paz", escreveu.
Segundo a Força Aérea, o avião decolou da cidade de Punta Arenas, no extremo austral do Chile, às 16h55 (horário local e de Brasília) de segunda-feira. Ele se dirigia à Base Aérea Presidente Eduardo Frei Montalva, na Antártica, uma viagem de cerca de 2h30 de duração.
O avião, no entanto, perdeu contato com a base aérea às 18h13, quando sobrevoava a Passagem de Drake, parte do Oceano Atlântico entre a América do Sul e a Antártica. Sua hora estimada de pouso era 19h17. A bordo, estavam 17 membros da tripulação e 21 passageiros — 15 eram integrantes da Força Aérea, três do Exército, dois da empresa de construção privada Inproser e um funcionário da Universidade de Magallanes.
As operações de buscas mobilizam 640 pessoas, 21 aeronaves, 10 navios e quatro satelites, não só do Chile, mas também de Argentina, Uruguai e Brasil.
Em um comunicado, o Ministério da Defesa brasileiro informou na noite de quarta-feira que o navio polar Almirante Maximiano, da Marinha, havia recolhido por volta das 15h45, no horário de Brasília, itens pessoais e destroços compatíveis com a aeronave . Graças à sua tecnologia, o navio Almirante Maximiano permitirá rastrear o fundo do mar.
"As partes do avião e os objetos estavam a aproximadamente 280 milhas náuticas (518 km) de Ushuaia, na Argentina. O navio da Marinha do Brasil permanece na área de busca em ações coordenadas com autoridades chilenas e duas lanches do navio continuam a recolher destroços", segundo a nota enviada à imprensa.