Reportagem publicada no site da revista Veja nesta sexta-feira traz revelações surpreendentes sobre o “advogado milionário que está à frente do novo partido” do presidente Jair Bolsonaro. Trata-se de Luís Felipe Belmont, acusado de corrupção em Rondônia.
A reportagem é assinada pelos jornalistas Eduardo Gonçalves e João Pedroso de Campos e relembra a acusação de que o advogado teria pago propina a um desembargador do Tribunal Regional do Trabalho da 14ª Região (Rondônia e Acre).
Hoje, Belmont é o terceiro na hierarquia e segundo-vice-presidente da sigla Aliança Pelo Brasil— abaixo apenas do capitão e de Flávio Bolsonaro.
Segundo a reportagem, “apenas em um processo iniciado em 1989 na Justiça trabalhista de Rondônia, que envolvia precatórios da União, ele embolsou mais de 100 milhões de reais em honorários. Com essa e outras boladas, o advogado diversificou suas áreas de atuação e se tornou empresário dos ramos de construção e incorporação, agropecuária e tecnologia, além de cartola de clubes de futebol”.
De acordo com a Veja, “o mesmo processo que enriqueceu Belmonte lhe rendeu uma dor de cabeça. Em maio de 2017, o advogado foi denunciado pela Procuradoria Geral da República ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), sob a acusação de corrupção ativa e lavagem de dinheiro. Segundo a procuradoria, Belmonte teria pago 800 000 reais em propina ao ex-desembargador do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 14ª Região Vulmar Coêlho Júnior em troca de uma decisão que liberou, em 2010, o pagamento a ele de 11 milhões de reais devidos do montante da ação dos precatórios em Rondônia".
"No desenrolar das investigações, em outubro de 2012", acrescenta a reportagem, " Belmonte acabou sendo alvo de um mandado de busca e apreensão da PF, que afirmou no inquérito que ele tinha 'grande poder de influência nos órgãos públicos' e era o 'principal protagonista' no 'vultoso e conturbado' processo do TRT".
Devido a fraudes no mesmo processo, Vulmar Júnior foi aposentado compulsoriamente pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em 2017. A denúncia contra Belmonte corre em primeira instância na Justiça Federal de Rondônia, diz a revista.