Apesar de declaração, não há comprovação de que ONGs financiadas pelo ator tenham envolvimento na série de queimadas
O presidente Jair Bolsonaro criticou nesta sexta-feira (29) o ator Leonardo DiCaprio e o acusou de financiar entidades brasileiras que causaram incêndios na floresta amazônica.
Em agosto, o astro americano anunciou que a a fundação da qual ele é fundador, a Earth Alliance, doaria US$ 5 milhões a um fundo emergencial que destinaria o montante para ajudar entidades brasileiras no combate à série de queimadas.
Na entrada do Palácio do Alvorada, o presidente fez a acusações durante conversa com um grupo de eleitores, segundo os quais os incêndios recentes no Pará tiveram motivação criminosa. "Agora, o Leonardo DiCaprio é um cara legal, não é?", questionou. "Dando dinheiro para tacar fogo na Amazônia", acrescentou.
Na quinta-feira (28), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) também afirmou que o ator americano financiou uma ONG (Organização Não Governamental) que "tocou fogo na Amazônia". Apesar das acusações, não há comprovação de que as entidades da sociedade civil tenham envolvimento na série de incêndios.
Também nesta quinta, a Justiça do Pará determinou a soltura dos quatro brigadistas que foram presos no balneário de Alter do Chão, em Santarém (1.231 km de Belém). Eles foram detidos no âmbito da operação Fogo do Sairé, da Polícia Civil do Pará, que investiga a origem dos incêndios que atingiram uma área de proteção ambiental em Alter do Chão, em setembro.
O Ministério Público Federal do Pará afirma que enviou ofício à Polícia Civil requisitando acesso integral ao inquérito que acusa os brigadistas. Na investigação federal, nenhum elemento apontava para a participação de brigadistas ou organizações da sociedade civil.
Ao todo, o fogo em Alter do Chão consumiu uma área equivalente a 1.600 campos de futebol e levou quatro dias para ser debelado por brigadistas e bombeiros.