Os produtores de café do Brasil deverão colher um recorde de 66,7 milhões de sacas de 60 kg em 2020, superando a máxima histórica registrada em 2018, de acordo com projeção do Rabobank divulgada durante evento da instituição nesta quinta-feira.
Segundo o analista Guilherme Morya, a safra deverá ser impulsionada por novas áreas em produção, apesar de problemas climáticos —como períodos de seca em setembro e outubro.
O Brasil produziu 57,6 milhões de sacas em 2019, e o recorde anterior era de 62,6 milhões de sacas, segundo o banco.
As condições mais secas que o normal foram citadas por Morya como um dos fatores por trás da recente recuperação dos preços do café arábica em Nova York.
Apesar da grande safra esperada para o Brasil no ano que vem, ele acredita que o panorama de preços continuará positivo.
“A produção deve cair em outros países devido ao menor investimento, após um longo período de preços baixos”, disse o analista, acrescentando que espera que os contratos futuros do arábica na ICE mantenham a tendência de alta e atinjam uma máxima de 1,22 dólar por libra-peso ao longo de 2020.
Morya acredita que a baixa disponibilidade de cafés com qualidade de exportação tanto no Brasil quanto na América Central foi outro fator para o recente movimento de alta nas cotações do produto.
O banco, com especialidade no setor do agronegócio, estima a produção de arábica no Brasil em 2020 em 45,9 milhões de sacas, ante 38,1 milhões de sacas em 2019, além de 20,5 milhões de sacas da variedade robusta, versus 19,5 milhões de sacas em 2019.