Rabino se destacou pela defesa dos direitos humanos desde a ditadura militar; falecimento foi confirmado em comunicado divulgado pela família
O rabino Henry Sobel, de 75 anos, morreu na manhã desta sexta-feira (22) em Miami, nos Estados Unidos. Rabino emérito da Congregação Israelita Paulista (CIP), destacou-se como uma "voz firme em defesa dos direitos humanos no Brasil", como destaca nota divulgada pela família.
Sobel morreu em decorrência de complicações causadas por um câncer. O sepultamento será realizado no domingo (24) no Woodbridge Memorial Gardens, em Nova Jersey.
O rabino teve forte atuação na ditadura militar pelo esclarecimento da morte de Vladimir Herzog, não aceitando a versão oficial de que o jornalista teria cometido suicídio e autorizando que o ex-diretor da TV Cultura fosse sepultado no Cemitério Israelita do Butantan, seguindo os ritos judaicos.
Junto a D. Paulo Evaristo Arns e ao reverendo James Wright, Sobel celebrou um ofício inter-religioso em homenagem ao jornalista, de origem judia, em 23 de outubro de 1975, na Catedral da Sé. A celebração reuniu cerca de oito mil pessoas e foi considerada uma manifestação importante para a derrubada da ditadura.
O rabino escreveu a autobiografia Um Homem. Um Rabino, lançada em 2008 pela Ediouro.
Também teve parte da trajetória narrada no documentário A história do homem Henry Sobel, do diretor André Bushatsky, de 2014.