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DENÚNCIA: Cinco ministérios concentram 77% dos cargos de confiança





As informações são parte de um levantamento realizado pelo Metrópoles, com base em dados do Portal da Transparência


Cinco ministérios concentram 73,1 mil servidores em cargos de confiança. O número equivale a 77,6% do universo de vagas do tipo na Esplanada dos Ministérios. Ao todo, o governo federal tem 94,2 mil funcionários com esse status.


Os ministérios da Educação, da Economia, da Defesa, da Saúde e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento são os líderes no ranking de órgãos com mais postos do tipo. Juntos, consumiram em 2019 R$ 1,05 bilhão com os salários desses profissionais. Por pasta, os gastos são de R$ 647,6 milhões na Educação; R$ 215,2 milhões na Economia; R$ 37,9 milhões na Defesa; R$ 87,3 milhões na Saúde; e R$ 62,2 milhões na Agricultura, Pecuária e Abastecimento.


Em todo o governo federal, o gasto chega a R$ 1,6 bilhão, segundo o Ministério da Economia. Os dados são parte de um levantamento do Metrópoles, com base em informações do Portal da Transparência, canal de divulgação de contas públicas do governo federal.


O Ministério da Educação é o que mais possui vagas de cargo de confiança. De 307,5 mil servidores, 43,6 mil são de cargos de confiança. Na pasta administrada por Abraham Weintraub, 98% desses postos são ocupados por servidores efetivos.


Sob o comando de Paulo Guedes, estão 16,8 mil funcionários em cargos de confiança. O guarda-chuva do ministro da Economia tem ao todo 85,7 mil servidores. Lá, o índice de efetivos nas vagas especiais é um pouco menor: 95,4%.


O Ministério da Defesa mantém 4,6 mil funcionários em atividades de confiança. A pasta tem no total 386,5 mil funcionários, chefiados pelo general Fernando Azevedo e Silva. Na autarquia que lidera as Forças Armadas, 85% dos cargos de confiança são ocupados por servidores de carreira.


A pasta de Luiz Henrique Mandetta, líder da Saúde, possui 4,5 mil cargos de confiança, sendo 93% destinados a servidores de carreira. Ao todo, são 30,1 mil funcionários.


Por fim, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento abriga 3,6 mil servidores em cargos de confiança da ministra Tereza Cristina. Neste caso, são 82% de servidores concursados nas vagas. O quadro total da pasta tem 22,9 mil funcionários.

Os cargos O ocupante de cargo de confiança é representante do governo no serviço. Ele tem poder diretivo, coordena atividades e fiscaliza a execução delas.


Eventualmente, aplica medidas disciplinares, como advertência, suspensão e exoneração, a depender do grau de autonomia que a pasta lhe confere.


Na iniciativa privada, por exemplo, gerentes, diretores e chefes de departamento ou de filial exercem esse tipo de cargo. A jornada de trabalho é livre de controle e os servidores não têm direito a hora extra nem ao limite de oito horas de serviço por dia.


O salário dos servidores em cargo de confiança deve compreender a gratificação de função igual ou superior ao salário básico acrescido de 40% do seu valor. Se o percentual for menor, aplicam-se as normas gerais sobre duração do trabalho.

Regras No começo do ano, o governo federal mudou critérios gerais, perfil profissional e procedimentos para que cargos em comissão e funções de confiança de direção, chefia e assessoramento sejam ocupados no Poder Executivo Federal.


O grau de exigência para nomeação aumenta conforme o nível do cargo ou função. O Decreto nº 9.727/2019 foi elaborado pelo Ministério da Economia, em conjunto a Controladoria-Geral da União (CGU).


Pelas novas regras, a pessoa para ocupar cargo ou função de confiança em qualquer um dos Poderes precisa de um ano de experiência para nível tático; dois anos para nível gerencial; e três anos para nível estratégico.


Versão oficial Os dados utilizados como base da reportagem foram extraídos do Portal da Transparência, canal oficial do governo federal para divulgar despesas, gastos, pagamentos e contratos. As informações são compiladas pela Controladoria-Geral da União (CGU).


Em nota, o Ministério da Economia informou que para a ocupação de cargos de confiança há critérios. “Os indicados aos cargos e funções de níveis 1 a 6 devem atender aos seguintes critérios básicos (cumulativos): idoneidade moral e reputação ilibada; perfil profissional ou formação acadêmica compatível com o cargo ou função para o qual for indicado; e não se enquadrar nas hipóteses de inelegibilidade (inciso I do art. 1º da Lei Complementar nº 64/1990). Esses critérios foram definidos pelo Decreto nº 9.727/2019. Além dessas condições, os indicados para DAS e FCPE de nível 2 a 6 devem atender ao menos um dos critérios técnicos estabelecidos no normativo”, destaca o texto.


Para a divulgação de gastos com salários, a pasta usou a base de dados do Painel Estatístico de Pessoal (PEP), que são diferentes daqueles utilizados pelo Portal da Transparência.

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